Ações do Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) contra políticos sócios de empresas de Rádio e TV dividiram opiniões ontem na Assembleia. Nesta semana, representações pedindo abertura de ações contra os deputados Domingos Neto (PMB) e Aníbal Gomes (PMDB), além do senador Tasso Jereissati (PSDB), chegam ao MPF do Ceará.
Afirmando que não é sócio de qualquer emissora, Audic Mota (PMDB) defendeu a abertura dos processos e classificou a manutenção de rádios por políticos como “absurda”.
“Na região dos Inhamuns, é conhecido que rádios de determinados grupos nem ao menos registram a existência de outros deputados da região. É uma violação ao direito de informação, uma vez que é uma concessão pública que está sendo usada para fins eleitoreiros e pessoais”, diz.
Afirmando já ter sido inclusive alvo de ataques pessoais por rádios ligadas a políticos do Interior, Carlos Felipe (PCdoB) também defendeu as ações. “É preciso ir além, inclusive, vendo não só o político, mas quem está por trás. Muitas vezes colocam laranjas ou familiares”, diz.
João Jaime (DEM), que é sócio de uma rádio de Iguatu, defendeu investigação de casos onde houver irregularidade, mas rejeitou “generalizações”. Ele destaca que conseguiu sua concessão antes de ter sido eleito deputado e que ação foi “totalmente legal”. “Não se pode generalizar, é preciso ver cada caso”, afirma. (CM)