Hospitais conveniados ao Instituto de Saúde dos Servidores do Ceará (Issec) suspenderam o atendimento aos servidores do Estado. Segundo o presidente da Federação Brasileira de Hospitais, Aramicy Pinto, o motivo é o atraso do pagamento à rede conveniada. “Há contas de setembro que ainda não foram pagas, o que impede que esses hospitais, (e seus profissionais) continuem operando”, denunciou Pinto.
A suspensão no atendimento também foi apontada pelo deputado Heitor Férrer (PDT), durante a sessão plenária na Assembleia Legislativa, ontem. “Não é possível os hospitais continuarem a prestar os serviços sem o pagamento. O paciente servidor do Estado que estiver morrendo não terá um leito de UTI”, destacou. Ele cobrou a responsabilidade do Governo do Estado com relação ao desembolso, que não é realizado desde o ano passado.
Aramicy Pinto apontou que a situação é grave, principalmente para os servidores que precisam de intervenção cirúrgica. “O Issec não está pagando as suas dívidas e, por isso, os hospitais suspenderam o atendimento, prejudicando os servidores que precisam de intervenções. Isso está acontecendo, porque os médicos também suspenderam o seu trabalho e agora, por último, os anestesistas também pararam”, alertou.
Cobrança
O presidente da federação reclamou que o instituto já está apresentando a fatura dos procedimentos de janeiro e, até agora, sem pagamento de setembro, completando cinco meses de atrasos. “A fatura de janeiro foi apresentada porque ainda tem paciente internado devido à cirurgia. O governo Camilo Santana tem que resolver a questão com a maior brevidade possível, porque já existem servidores aguardando cirurgias que só serão feitas se o pagamento, pelo menos em parte, dos atrasados for feito. Já estamos com quase dois meses do novo governo do Estado e até agora esse pagamento atrasado não aconteceu”, criticou Pinto.
Previsão
Em nota, o Governo do Estado, por meio do Instituto de Saúde dos Servidores do Estado do Ceará, informou que já foi aprovada a programação financeira de pagamento do passivo da ordem de R$ 20 milhões à Rede Credenciada e, até o final de março, o atendimento estará normalizado. “Esse passivo decorre do aumento significativo, no exercício de 2014, da prestação de serviços de saúde para os servidores civis e militares, notadamente na área hospitalar”, afirmou o Issec.
Com o intuito de sanar as despesas do exercício passado, não liquidadas, o Governo reuniu informações para processá-las de acordo com a Lei das Finanças Públicas, que disciplina sobre o pagamento de exercícios anteriores. A nota destacou, ainda, que permanece o atendimento no Hospital Central (SOS) e os serviços de clínicas eletivas (consultas), psicologia, fisioterapia e exames urgentes.