A associação parecia natural e, mais do que qualquer um de nós, a deputada Dra. Silvana deveria estar preparada para o fato de sua indicação à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia trazer à lembrança de todos o nome do notório Marco Feliciano. Os estilos diferem, e muito, a começar pelo aspecto em que ele já chegou ao Congresso, eleito deputado federal por São Paulo, vinculado à bandeira conservadora no debate em torno de temas como o casamento homoafetivo e a liberação do aborto, para citar apenas os dois mais barulhentos da chamada pauta comportamental. Talvez a principal indicação de que há diferenças fundamentais entre eles venha do fato concreto, ontem anunciado, de que a mesa diretora decidiu recuar da ideia inicial de bancar a indicação do nome da deputada para comandar a sensível comissão. Apesar de a formação evangélica de ambos funcionar como fator de aproximação, os níveis de articulação política, inclusive dentro do segmento religioso no qual transitam, são diferentes. Exatamente porque ela não é ele, nenhuma voz importante das falantes lideranças evangélicas saiu em defesa da deputada, atacada impiedosamente por parlamentares e entidades de direitos humanos nos últimos dias. Ao contrário da forte solidariedade emprestada ao deputado paulista quando ele foi objeto de campanha semelhante no âmbito federal. A Dra. Silvana, definitivamente, não é Marco Feliciano.