Para o deputado Leonardo Pinheiro, a ajuda do Bolsa Família fez com que fossem minorados os efeitos da longa estiagem no Ceará
FOTO: HELOSA ARAÚJO
Os efeitos da adoção do programa Bolsa Família foram destacados pelo deputado Dedé Teixeira (PT), em pronunciamento na Assembleia Legislativa, na sessão ordinária de ontem, em referência à passagem por Fortaleza da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, na última terça-feira (9). Para o parlamentar, o programa social é o maior responsável pela saída de mais de 2,3 milhões de pessoas da linha da pobreza nos últimos dez anos, apenas no Ceará.
"No debate, também foi desmistificado que os participantes do programa não querem trabalhar: 75% dos beneficiários possuem um emprego", destacou o petista, em referência ao debate "Brasil: o fim da miséria é só o começo", realizado na terça-feira, no Dragão do Mar, com a presença da ministra. Na avaliação do deputado, enfrentar o preconceito contra o programa é tão difícil quanto o trabalho realizado em prol da redução da pobreza no País.
Ressaltando que a média do benefício é de cerca de R$ 170, o parlamentar defendeu que quem entende o significado da fome e da miséria, valoriza o programa Bolsa Família. "Com esse programa, conseguimos ser excluído do mapa da fome de organizações internacionais, algo inédito. Mas tão difícil quanto combater a pobreza é vencer este maldito preconceito enraizado ainda em parte da sociedade", apontou Teixeira.
Recusar
O deputado ressaltou ser necessário que as pessoas entendam que os beneficiários do Bolsa Família não irão ter mais filhos para receber mais do Governo, nem irão recusar um emprego por conta do auxílio. Segundo o parlamentar, mais de um milhão de pessoas no País e quase 200 mil no Ceará deixaram de receber a bolsa por não se enquadrarem mais no perfil dos beneficiários, uma demonstração de que teriam melhorado de vida após ingressarem no programa.
Outro dado positivo destacado pelo parlamentar como reflexo do Bolsa Família foi a redução da desnutrição, que tem impacto na altura e na capacidade cognitiva das crianças e adolescentes. Segundo Teixeira, hoje, apenas 2% das crianças são desnutridas, quando em 2003 esses números eram de 18% dos recém nascidos. "São dados inequívocos da importância desse programas", defendeu.
Em aparte, o deputado Leonardo Pinheiro (PSD) reconheceu a importância de o País ter sido retirado do mapa da fome do mundo, destacando a relevância do programa para a população. "Eu, que trabalho ali no Sertão Central, posso lhe dizer que fome não é mais um problema. Quem quer trabalhar, tem seu prato de comida na mesa", afirmou o parlamentar.
O deputado avaliou que, apesar de hoje vivermos a maior seca em décadas, ao contrário do que ocorria em outros anos, ninguém está morrendo de fome ou de sede no Interior do Estado do Ceará. Ele lembrou que, em 1877, segundo registro da história, a seca matou um terço dos cearenses de fome e sede. "Hoje, mesmo com a longa estiagem, não há um só caso de cearense que morreu de desnutrição", destacou Pinheiro.
O parlamentar destacou ainda outros auxílios do Governo Federal ao homem do campo, no Nordeste brasileiro. "Além do Bolsa Família, há também o Garantia Safra, o Pronaf, e muitos outros programas, como o da aposentadoria do trabalhador rural, que asseguram a sobrevivência com dignidade da população", defendeu.
Ele ainda rebateu as críticas ao Bolsa Família. "Dizer que as pessoas não querem trabalhar por causa de Bolsa Família é uma grande maldade. Todos almejam uma qualidade de vida melhor", avaliou. "Ainda há muito o que avançar nesse período, e esses programas do Governo são extremamente importantes. O Bolsa Família é vitorioso e, inclusive, copiado por muitos países", onde é grande também o número de famílias miseráveis.