FOTO:FCO FONTENELE
O candidato a vice-governador na chapa puxada por Eliane Novais, Leonardo Bayma (ambos do PSB) se disse “surpreso” e atribuiu ao “fator Tasso” a queda da candidata a presidente, Marina Silva (PSB) nas intenções de voto no Ceará.
O advogado fortalezense, de 38 anos, abriu ontem a série de entrevistas com os candidatos a vice das coligações que disputam o Governo do Estado. Ele foi questionado no programa Debates do Povo Especial, na rádio O POVO CBN, ao vivo, das 11h ao meio-dia.
Sucessão presidencial, percalços da corrida ao Palácio da Abolição, plano de governo e outros assuntos foram abordados na entrevista. Confira os melhores trechos.
Queda de Marina
Segundo pesquisa O POVO/Datafolha, publicada ontem, a presidenciável do PSB caiu de 24% para 18%. A petista Dilma Rouseff oscilou de 57% para 58% e Aécio foi de 4% para 9%. Na avaliação de Bayma, Marina perdeu intenções de voto para Aécio Neves (PSDB), que no Ceará é apoiado pelo candidato ao Senado Tasso Jereissati (PSDB), que chega a 58%, de acordo com o Datafolha.
“Confesso que fiquei surpreso com esses números relacionados à campanha da Marina aqui no Estado. (...) Posso atribuir (a queda) à uma intensificação da campanha do senador Tasso (Jereissati, do PSDB). Já que a percentagem da Marina migrou para o Aécio (Neves, candidato à Presidência pelo PSDB)”, analisou.
Substituição de Nicolle
Bayma reforçou que a substituição de Nicolle Barbosa por Eliane Novais na cabeça de chapa foi uma decisão da direção nacional do partido, juntamente com o seu então candidato a Presidência e presidente do PSB, Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em agosto.
Dentre os motivos para a decisão, Bayma destacou que o partido teria optado por um nome com mandato. E que, além disso, pesou contra a pré-candidatura de Barbosa, o fato de o PSB não ter feito alianças com outras siglas. “A “A Nicolle sabia que corria o risco (de não ser candidata)”, observou o entrevistado.
Recuos
Para Bayma, há uma tentativa, por parte de outras candidaturas, para “desvirtuar pontos” do plano de governo de Marina Silva, como no que se refere a direitos para homossexuais e à independência do Banco Central.
“O que eu vejo é o desespero do PT em perder o poder. Um projeto de hegemonia, de mais de 20 anos, de permanecer no poder”, disse. “Ela (Marina) está pagando o preço por ter começado a campanha oferecendo um plano de governo com mais de 200 páginas abordando todos os assuntos”.
Nova Política
Alinhado com o discurso de Marina Silva, sobre fazer uma nova política, com o apoio de bons quadros independentemente de partido, Leonardo Bayma disse ser possível aplicar essa prática no Ceará. “Todos os partidos têm setores bons”. No processo de construção de alianças, ele disse ser natural que um partido de oposição faça alianças com nomes também opositores.
SERVIÇO
Benedito Oliveira (PCB), vice na chapa de Aílton Lopes (Psol) é o entrevistado de hoje, das 11 às 12h
Debates do Povo Especial
Rádio O POVO CBN (FM 95.5) e portal O POVO online (www.opovo.com.br)
Saiba mais
1. RECEPTIVIDADE
Apesar das dificuldades, Bayma disse que sente um retorno muito grande por parte dos eleitores que apoiam Marina Silva.
2. BASE POLÍTICA
O vice de Eliane citou nomes que dariam sustentação política a um eventual governo do PSB: “Do ponto de vista de uma base na Assembleia Legislativa, tem boas pessoas, como Heitor Férrer (PDT), o Roberto Mesquita (PV) é um bom quadro. No PR, eu vejo o ex-governador Lucio Alcântara.”
3. RETA FINAL
Otimista com a candidatura de Marina Silva, Bayma disse que chegou a acreditar que a candidata ganhasse no primeiro turno. Mas hoje vê Marina e Dilma Rousseff (PT) no segundo turno. “A juventude ainda não definiu voto. Acho que quando o jovem for decidir, ele vai abraçar as candidaturas de um novo modelo.” Para Bayma, essa parcela do eleitorado será responsável pela virada de Marina Silva e de Eliane Novais, no Ceará.