Heitor cobrou compromisso de colegas com as sessões plenárias
FOTO:PAULO ROCHA/AL
A única sessão semanal da Assembleia Legislativa do Ceará não aconteceu, ontem, porque não houve deputados suficientes para iniciar os trabalhos. Para oposição, cancelamento da sessão partiu de “manobra” dos governistas para evitar críticas ao governador Cid Gomes (Pros) acusado de envolvimento em escândalo da Petrobras. Aliados discordam e defendem que ausência se deve à campanha eleitoral.
Do mínimo necessário de 24 parlamentares para iniciar a sessão no Plenário, apenas 11 estiveram na Casa. Eram eles os aliados Dr. Sarto (Pros), líder do Governo; Fernando Hugo (SD), Nelson Martins (PT), Gony Arruda (PSD), Manoel Duca (Pros), Lula Morais (PCdoB) e Paulo Facó (PTdoB); e os oposicionistas Heitor Férrer (PDT), João Jaime (DEM), Eliane Novais (PSB) e Fernanda Pessoa (PR).
“Toda vez que tem um tema polêmico acontece esse tipo de coisa”, criticou Fernanda, afirmando que faria discurso pedindo a ida do governador à AL para esclarecer suposto envolvimento com pagamento de propina na Petrobras, denunciado pela revista IstoÉ. Segundo Eliane, ela, Fernanda, João Jaime, Heitor e Fernando Hugo estavam inscritos para pronunciamento em que repercutiriam as denúncias da revista.
“Quando surgiram as denúncias contra Cid no fim de semana e o governador conseguiu impedir a circulação da revista, ele já sabia que o assunto seria debatido na Assembleia. Quando houve as denúncias do Eudes Xavier (deputado federal), o Cid veio correndo se explicar na Assembleia. Por que ele não fez o mesmo agora?”, questionou Eliane.
Campanha eleitoral
O deputado Lula Morais (PCdoB), no entanto, defendeu que a Casa já teve outras sessões suspensas por falta de quórum e o fato se deve à dedicação dos deputados à campanha eleitoral.
“O compromisso que temos com o plenário é do primeiro dia do nosso mandato ao último, independentemente das eleições. Respeitando os que divergem, mesmo em período de eleição esse horário devia ser respeitado”, disse Heitor.
O vice-presidente da Casa, deputado Tin Gomes (PHS) esteve no local por volta do meio-dia, mas não para participar da sessão. A próxima sessão na Casa deve acontecer na terça-feira, 23.
SERVIÇO
Assembleia Legislativa
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Saiba mais
1. Críticas
A decisão judicial que suspendeu a circulação da revista IstoÉ no Brasil que continha denúncias contra Cid Gomes foi repudiada por entidades da imprensa. A ação partiu do próprio governador.
2. Fenaj e Aner
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) criticou manifestações da Justiça que inviabilizam a liberdade de expressão. A Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) considerou “desrespeito à Constituição” e “prejuízos à sociedade”.
3. IstoÉ
O advogado da Três Editorial, Alexandre Fidalgo, afirmou que a editora, responsável pela circulação da revista IstoÉ, irá recorrer da decisão ainda nesta semana”. O conteúdo da revista já foi retirado do site da publicação.