Movimento que se diz suprapartidário buscará fortalecer a campanha de Marina Silva no Ceará
FOTO: CAMILA DE ALMEIDA/ESPECIAL PARA O POVO
A base de Marina Silva (PSB/Rede) no Ceará, que encontrava-se dividida, sinaliza agora uma aproximação em torno da defesa de sua candidatura à Presidência. Ocorreu ontem na Assembleia Legislativa o lançamento do movimento “Fortaleza de Marina”, que se diz suprapartidário e busca unir, no estado, as siglas da coligação nacional “Unidos pelo Brasil” e membros da sociedade civil em um comitê de apoio à candidatura da ex-ministra.
Membros da Rede Sustentabilidade, que havia rompido com o PSB no Ceará e não estava apoiando as candidaturas de Eliane Novais ao governo estadual e de Geovana Cartaxo ao Senado, afirmaram que “as divergências estão sendo rediscutidas e tudo agora está zerado”.
Nicolle Barbosa, ex-candidata ao Governo do Estado pelo PSB, que foi preterida à disputa no dia da convenção do partido no dia 30 de junho, estava presente como representante da sociedade civil. A ex-presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC) abandonou o partido após ter sua candidatura trocada pela de Eliane.
Representantes dos partidos que compõem a coligação nacional de Marina (PSB/Rede, PPS, PPL, PRP, PSL e PHS), com exceção de PHS e PSL, também marcaram presença. Pelo PSB estavam presentes o candidato a vice-governador Leonardo Bayma e a candidata ao Senado Geovana Cartaxo.
Segundo o presidente do PPS cearense, Alexandre Pereira, “o movimento não tem dono. As tarefas serão divididas entre os partidos e membros”. Algumas atribuições foram definidas, como a articulação política no interior do estado, que coube ao PPS; a distribuição de material, responsabilidade do PPL, e a discussão com a sociedade civil, papel de Nicolle.
Além da programação oficial de campanha do PSB, o comitê pretende realizar sua própria agenda independente. “Estamos programando por enquanto um encontro de Marina com estudantes universitários e outro com o setor produtivo. Esse comitê proporcionará para ela uma abrangência muito maior do que a abrangência do PSB local”, disse a ex-presidente do CIC.
Questionamentos
O encontro também tinha por objetivo dialogar com os interessados e responder perguntas. Em relação às alianças estaduais que Marina não pretende apoiar, Bayma afirmou que “naqueles palanques onde exista uma tensão maior, como o de São Paulo, enviaremos nosso candidato a vice-presidente, Beto Albuquerque”.
Sobre a posição crítica da ex-ministra em relação ao agronegócio e a escolha de seu vice, que possui vínculos com o setor, Pereira respondeu: “A escolha do vice já demonstra que ela está disposta a dialogar com o setor”. Sobre a permanência de Marina no PSB após a criação da Rede, foi dito que a ex-senadora mantém a sua posição de que irá migrar para a Rede assim que o partido for efetivado pela Justiça Eleitoral.
SERVIÇO
Movimento Fortaleza de Marina 40
No Facebook: http://goo.gl/KpH3HZSite oficial da campanha: http://marinasilva.org.br/
Saiba mais
Questionado pelo O POVO sobre os motivos que levaram o PSB a preterir Nicolle Barbosa como candidata ao Governo do Estado, Leonardo Bayma, candidato a vice-governador da legenda, respondeu: “A conjuntura determinou isso. Tentamos fazer alianças até o último momento, mas não conseguimos. As outras candidaturas têm estruturas gigantescas, cargos e dinheiro para oferecer, e nós não. A executiva nacional do partido determinou que fosse escolhido um quadro de maior densidade eleitoral e a Eliane era o nosso maior quadro com mandato”.
Nicolle Barbosa, ex-presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC), afirmou ao O POVO que cogita filiar-se à Rede Sustentabilidade. “É uma possibilidade. Eu tive bastante apoio da Rede no momento difícil que eu passei no final do mês de junho (quando sua candidatura foi preterida pelo PSB). Eu me senti muito bem recebida na Rede, então é uma possibilidade. Existe um caminho ainda a percorrer, porque nós precisamos de 50 mil assinaturas para viabilizar o partido e vamos buscar isso”.