Candidatos aos governos estaduais já repassaram, no primeiro mês de campanha, R$ 5,2 milhões em doações a partidos ou candidatos aliados, que integram as chapas. São 24 siglas, como PSDC, PRB, PTN, PPL, PMN e PSL. Alguns dos “agraciados” estavam divididos quanto a quem apoiar e fizeram alianças de última hora. Os candidatos negam que os repasses tenham sido condição para os acordos e dizem que a prática, permitida por lei, é comum em campanhas. O campeão nas doações a aliados até agora é Delcídio Amaral (PT-MS), com R$ 3,1 milhões. É quase metade do total de gastos na eleição que ele declarou até agora. Destacam-se as doações de R$ 400 mil ao PRP, que estava dividido entre apoiar o petista ou Reinaldo Azambuja (PSDB), e de R$ 450 mil ao Pros. A assessoria de Delcídio diz que o valor é alto porque ele optou por distribuir as verbas logo no início, para poder tocar a campanha com tranquilidade. “É normal. Ele tem que montar o time dele”, disse um assessor. Os adversários do petista também estão entre os mais generosos: o tucano Azambuja doou R$ 640 mil a partidos aliados, e Nelsinho Trad (PMDB), R$ 412 mil. O levantamento da reportagem levou em conta as prestações dos principais candidatos ao governo do país. Paraná e Bahia Gleisi Hoffmann (PT-PR) repassou R$ 100 mil ao diretório estadual do PC do B, que embarcou na campanha na última hora. O partido havia declarado apoio a Roberto Requião (PMDB), mas mudou de ideia e ganhou a vaga ao Senado na chapa de Gleisi. A petista também doou R$ 200 mil ao PRB e ao PTN, que integram sua coligação. Para a campanha, a prática é comum e transparente. Paulo Souto (DEM), na Bahia, doou R$ 300 mil (20% de tudo o que arrecadou até aqui) a Ivanilson Gomes (PV), candidato a deputado estadual e principal fiador da aliança PV-DEM no Estado. Em Mato Grosso, Pedro Taques (PDT) doou R$ 80 mil ao presidente estadual do PSC, Victório Galli, candidato a federal. Lá, a aliança PSC-PDT foi fechada pelo presidenciável Pastor Everaldo, em troca de um palanque no Estado. Para o cientista político Bruno Speck, professor da USP, esse tipo de doação, além de legal, é cabível no modelo brasileiro. “Os partidos não disputam como atores separados. Maximizam suas chances por meio da ação coletiva. É uma disputa em bloco, não individual”. (da agência Folhapress) NÚMEROS 3,1 milhões de reais foi o valor repassado pelo candidato Delcídio Amaral para partidos que integram sua campanha em MS 300 mil reais foi o valor repassado pela candidata Gleisi Hoffmann aos partidos PCdoB, PRB e PTN,que apoiam seu nome 300 mil reais foi o valor doado pelo candidato ao Governo da Bahia, Paulo Souto, apenas para um candidato a deputado estadual Saiba mais 1. Gastos no Ceará Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou primeira parcial das prestações de contas dos candidatos das eleições deste ano. No Ceará, gasto total da campanha ao governo do Estado já chega a R$3,8 milhões. 2. Eunício lidera Maiores gastos na disputa deste ano são do candidato Eunício Oliveira (PMDB), que declarou despesas em R$ 2,2 milhões. O valor é maior do que os gastos somados de todos os outros três candidatos. Concorrente que mais gastou depois do peemedebista, Camilo Santana somou gastos em R$ 1,3 milhão. 3. Senado Federal Mais barata, disputa pelo Senado Federal já somou R$ 777 mil em despesas de campanha. Quem lidera gastos até o presente momento é Mauro Filho (Pros), que somou sozinho R$ 605 mil em gastos. O número também é maior do que os gastos somados de todos os outros candidatos.