A primeira pesquisa sobre as eleições no Ceará, divulgada pelo Ibope, traz cenário mais ou menos dentro do previsível. Será a forma como as intenções de voto irão se comportar de agora em diante que definirá o rumo da eleição. Conforme apontavam os levantamentos anteriores à campanha, Eunício Oliveira (PMDB) está extremamente bem situado, com 44%. Mas Camilo Santana (PT) larga de um patamar positivo, de 14%. Na última pesquisa em que aparecia, em maio, ele tinha 6%, contra 43% de Eunício. Então, por um lado, ele teve previsível crescimento apenas pelo fato de ter sido escolhido, pela visibilidade daí decorrente e pelas primeiras semanas de campanha. Porém, não cresceu em cima dos votos de Eunício, que se mantém estável. Outro aspecto: não há precedente nas últimas décadas de candidato a governador do Ceará que tenha largado tão atrás e sido eleito. O que não quer dizer que não possa vir a acontecer. Até 2012, nunca dois candidatos a prefeito de Fortaleza que largaram lá na rabeira chegaram ao topo. A comparação histórica serva para saber quão improvável e inusitado é o feito que se busca, ainda que não impossível.
Camilo seguramente irá crescer. A questão é quanto e em que velocidade. E o desenrolar da campanha de Eunício é menos previsível. Ele irá cair, manter-se estável ou será capaz de avançar ainda mais? Esse movimento será determinante para o rumo da campanha.
Caso o peemedebista entre em trajetória de queda contínua, será difícil conter o impacto simbólico da sangria e dificilmente será capaz de fazer frente à candidatura do Governo do Estado. Se conseguir apenas estabilizar sua situação, já será muito difícil de ser batido. E na hipótese de crescer ainda mais, o que não é nada simples, provavelmente selará a vitória.