Vice-governador, avaliam, não é carta fora do baralho
FOTO: ANDRÉ SALGADO, 11/4/13
A declaração do governador Cid Gomes (Pros) de que há nos bastidores pessoas interessados em azedar sua relação com Domingos Filho (Pros) agradou ao vice-chefe do Executivo e, mais que isso, teria afastado dele o temor de uma possível retaliação por parte do Governo. Conforme O POVO publicou ontem com exclusividade, Cid disse que “estão querendo fazer intriga” com Domingos, e que este não pode ser considerado carta fora do baralho do cenário pré-eleitoral.
O governador não quis revelar os autores do jogo de intrigas, mas algumas lideranças disseram que se trata do já conhecido “fogo amigo”. “É coisa de quem tem interesse de pleitear a posição de candidato ao governo dentro da aliança. À medida que pode tirar o Domingos da jogada, certamente faz. O Domingos participa do Governo, tem papel de articulador politico... E aí é cada um querendo ocupar mais espaço, se sentir mais integrante nessa participação”, apostou o deputado estadual Sérgio Aguiar (Pros).
Uma fonte que pediu para não ser identificada afirmou que não está bom o clima entre Domingos e outro pré-candidato do Pros ao Governo.
Há relatos de que, em reunião do partido no último dia 2, um dos concorrentes teria apontado abertamente que o vice não foi leal a Cid. Isso porque, antes, Domingos já havia argumentado que não abriria mão de assumir o Palácio da Abolição caso o governador viesse a renunciar – o contrário do que defendiam integrantes da sigla.
Segundo a fonte, por causa dessa posição, Domingos ainda temeria algum tipo de represália por parte do Governo, mas teria se tranquilizado após Cid ter feito o “afago político” de defendê-lo. “Ele (Domingos) reagiu bem. Acho que o governador está fazendo o papel dele. Mas será que não falou só da boca para fora?”, questionou.
O peso de Domingos
Ainda que não se consolide como o favorito de Cid para a sucessão, o vice-governador deve requerer atenção nas negociações do pleito. Com raízes políticas no município de Tauá, Domingos detém boa parte dos votos do Sertão dos Inhamuns, a oeste do Estado, além de ter articulações com prefeitos de outras regiões. Da última vez em que disputou cargo de deputado estadual, arregimentou 66 mil votos – capital político que interessa a Cid, sobretudo no contexto de uma eleição acirrada. Para aliados de Domingos, um racha a esta altura do campeonato com não seria opção interessante para o governador.
Saiba mais
No meio do fogo cruzado, Domingos Filho opta por não falar. A estratégia tem sido o silêncio e ele se recusa a dar entrevistas sobre o assunto.
Conforme O POVO publicou ontem, o próprio vice teria avaliado a Cid que haveria uma tentativa orquestrada de desgastar a relação dos dois
Além de Domingos, outros três filiados ao Pros brigam para ganhar a indicação da sigla para a vaga de governador na chapa liderada por Cid: os deputados estaduais Mauro Filho e Zezinho Albuquerque, e o ex-ministro dos Portos, Leônidas Cristino. A ex-secretária de Educação do Estado, Izolda Cela, também é cotada, mas não estaria brigando pela vaga. No PMDB, Eunício Oliveira, ex-companheiro de partido de Domingos, também quer a indicação.