Mudanças promovidas pelo governo no Orçamento para 2014 dividiram opiniões na Assembleia Legislativa. Enquanto o governo destaca que os incrementos - principalmente em educação, saúde e mobilidade - fazem parte do planejamento em longo prazo da gestão, a oposição critica o que define como caráter “eleitoreiro” da peça orçamentaria, que promove reduções em áreas sensíveis, como saneamento, habitação e urbanismo.
“É uma peça que representa a cara do governo, e ele coloca no sentido de se beneficiar. Como é ano de eleição, vai para o que dá mais visibilidade. Como o saneamento, que é importantíssimo, fica debaixo do chão, então não tem importância para ele reduzir”, afirma Heitor Férrer (PDT).
Já o líder do governo na Casa, Dr. Sarto (Pros), argumenta que alguns pontos foram reduzidos apenas porque série de projetos nessas áreas estão sendo concluídos nos próximos meses. “Esses não são investimentos de um ano. O governo vem aplicando nessas áreas ao longo de cinco ou mais anos, e muitos desses projetos estão sendo concluídos esse ano. Então houve essa alteração”, diz Sarto.
Deputados de oposição criticaram ainda os cortes quando comparados a obras consideradas “faraônicas” da gestão, como o Acquário Ceará. “O Acquário é obra de retrato, para bater fotografia. Então ele (Governo) a quer a todo custo”, avalia Heitor.
O líder do governo descarta a crítica, destacando investimentos que estão sendo concluídos nas áreas atingidas por reduções, como uma série de ações de saneamento recentemente promovidas em Flecheiras, distrito do Município de Trairi
Até o dia 9 deste mês, o projeto de lei orçamentária poderá ser alterado pelos deputados estaduais. Na maioria das vezes, no entanto, são poucas as mudanças sugeridas pelos parlamentares ao texto do governo. Pelo contrário, deputados costumam manter o texto central, apenas adicionando emendas para seus municípios de origem. A proposta deve ser aprovada até o dia 20.