Professores, estudantes e servidores das universidades estaduais em greve tentam acertar encontro com o governador Cid Gomes
FOTOS: EDIMAR SOARES
O hall de entrada da Assembleia Legislativa (AL) do Estado continua ocupado por estudantes, professores e servidores da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Estadual do Cariri (Urca) e Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA). Os manifestantes, que estão no local desde a última quarta-feira, condicionam a saída da AL a serem recebidos pelo governador Cid Gomes.
No início da madrugada de ontem, os deputados Zezinho Albuquerque (Pros), presidente da AL, Tin Gomes (PHS) e José Sarto (Pros) propuseram aos manifestantes que um seminário seja realizado nos primeiros dias de 2014. O objetivo é apontar soluções para as demandas das universidades. De acordo com Sarto, uma reunião com o governador não deverá ocorrer antes. Os ocupantes rejeitaram a proposta e reafirmaram a urgência da conversa com o Governo do Estado para até o fim de 2013.
Realização de concurso público para docentes, regulamentação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) e melhoria estrutural das unidades de ensino. Esses são os principais pleitos de professores e alunos em greve. “A nossa presença aqui é para que o governador nos receba para negociar, mas parece que ele é uma celebridade”, afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Docentes da Uece (SindUece), Eudes Baima.
De acordo com Baima, se a realização do concurso não for garantida ainda em 2013, não haverá chance de o certame ser realizado em 2014. “Ano que vem é de eleição, o Governo não vai poder fazer. O PCCV, por exemplo, já está todo pronto, aguardando apenas a assinatura do governador e ele não faz”, acrescentou o vice-presidente.
Segurança
Firmado entre professores, estudantes e servidores e os parlamentares, um acordo feito ontem limita o trânsito na casa parlamentar a apenas 53 manifestantes. O controle de acesso ao local será feito a partir da apresentação do documento de identidade.
Outro acordado com os deputados foi a realização de uma audiência pública, que, segundo Tin Gomes, está marcada para a próxima terça-feira, e a retirada do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque). O último requisito não foi cumprido. Além do destacamento especial, efetivos do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar faziam a segurança na AL.
Coordenador militar da Assembleia, o coronel Túlio Studart afirmou que a presença da força policial tinha como intuito a prevenção. “O BPChoque está no entorno para evitar qualquer ato de vandalismo”, disse.
Até o fim da tarde de ontem, o Governo do Estado não havia informado se iria receber representantes de professores e estudante em greve.
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Divisão de tarefas
O grupo de professores e alunos que ocupam a Assembleia é dividido em comissões para execução de tarefas básicas: segurança, vigília, infraestrutura, programação e comunicação. De acordo com o estudante de Ciências Sociais da Uece, Natanael Braga, a alimentação é fornecida pelos sindicatos de professores e servidores. Conforme Natanael, realizar um seminário é “pouco diante do tamanho da necessidade atual”.