A viagem que o governador Cid Gomes (PSB) fez à Europa entre os dias 26 de junho e 7 de julho deve ser o novo foco de pressão por parte da exígua oposição ao Governo na Assembleia Legislativa. Para esse grupo, o fato de o governador não ter cumprido a agenda mais importante da missão, na Coreia do Sul – conforme mostrado ontem pelo O POVO – é visto como um motivo a mais para esclarecimentos. “Isso coloca ainda mais mistérios nessa viagem”, aponta Heitor Férrer (PDT), autor do requerimento para que Cid apresente documentos detalhando a programação e os custos da viagem. Eliane Novais (PSB) confirma que a oposição vai se debruçar sobre esse tema nas sessões da Assembleia a partir de hoje (ontem não houve sessão devido ao falecimento do ex-deputado Fiúza Gomes). Na opinião de Eliane, Cid está “indo na contramão” do clamor por transparência que ficou evidente durante a série de protestos das últimas semanas. “Estamos em busca de ficha limpa, acesso à informação, fim do voto secreto, essas coisas. (...) Ele (Cid) não se adequa à pauta, não está nem aí”, critica. O petista Antônio Carlos vai na mesma linha e diz que a base aliada não deveria se opor ao pedido de esclarecimentos sobre a viagem, “já que essas informações precisam ser públicas”. Até o tucano João Jaime, que não faz parte da oposição, diz que é preciso aproveitar a onda de agenda positiva para fazer uma normatização mais rígida acerca de informações sobre viagens oficiais do governador. Aliados Questionado se há interesse em apresentar as informações solicitadas por Heitor, o líder do Governo na Casa, José Sarto (PSB), citou que informações sobre a viagem foram divulgadas no Diário Oficial e no site do Governo do Estado. Atualmente, o governador não precisa submeter nenhum documento oficial solicitando autorização do Legislativo quando vai se ausentar do Estado ou do País por menos de 15 dias. Sarto diz que isso “é uma forma de dar celeridade ao processo de viabilização das viagens curtas que o governador precisa realizar”, em ocasiões em que sua presença é necessária “em tempo mínimo”. Sobre as circunstâncias políticas em que ocorreu a viagem, o líder do Governo afirma que Cid chegou a se reunir com manifestantes e ainda está aberto ao diálogo. “Portanto, o tempo fora atraindo investimentos para o nosso Estado não representou prejuízo para esse processo de conversação.”, alega. Já o deputado Neto Nunes (PMDB) diz que a oposição “às vezes transforma essas coisas pequenas em picuinha”. Ele adianta que é contra o requerimento de Heitor Férrer. SERVIÇO Sessão plenária na Assembleia Legislativa Quando: hoje, a partir das 9hOnde: Av. Desembargador Moreira, 2807 - Dionísio Torres Informações: (85) 3277.2500 www.al.ce.gov.br