A parlamentar se comprometeu em fazer a interlocução com o Ministério da Educação (MEC) das reivindicações apresentadas pelo movimento dos surdos. “Cerca de 6% dos cearenses são surdos e estão à margem da sociedade por não terem a garantia da educação bilíngue (libras e português). É preciso construir a política do respeito e o Estado tem esse papel, através da implantação de políticas públicas efetivas”, defendeu Eliane.
O representante do Conselho Estadual de Pessoas com Deficiência, Rodrigo Machado, falou da importância do Dia Nacional dos Surdos, comemorado hoje, como forma de mostrar à sociedade a língua e cultura dos surdos. “Temos que fortalecer essa luta para que a educação bilíngue seja incluída no Plano Nacional de Educação que está para ser aprovado no Congresso Nacional. É necessário o reconhecimento dessa diferença linguística”, disse.
Para Willer Cysne, da Associação dos Surdos do Ceará, as pessoas com surdez têm uma forma especial de expressão. “A cultura surda não deve ser subjugada e nós do movimento sabemos o que é preciso para uma educação adequada. A inclusão que é oferecida hoje não é a adequada, pois não há interação dos surdos”, explicou.
Segundo a representante do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência – órgão ligado á Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza – Vanessa Vidal, a criança surda deve ter contato desde cedo com a língua de sinais para ser uma pessoa autônoma e superar as barreiras. “A acessibilidade linguística é fundamental para que possamos exercer nossa cidadania. O surdo é capaz de se desenvolver e precisa ser respeitado. Não queremos ser subjugados e ficar à margem da sociedade”, afirmou Vanessa.
Também participaram da audiência, representantes da Secretaria de Educação do Estado; da Procuradoria Geral do Ceará; do Instituto Cearense de Educação para Surdos e da Coordenadoria Municipal de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência.
DP/LF