Você está aqui: Início Últimas Notícias Entidades cobram ações mais efetivas no combate ao câncer de mama no CE
O debate foi proposto pelo deputado Leonardo Araújo (PMDB), que destacou a necessidade de envolver a Assembleia na busca por recursos para prevenção, conscientização e controle da doença no Estado. O parlamentar lamentou a ausência de um representante da Secretaria de Saúde de Fortaleza, já que a audiência também visava debater o fechamento da ala de Mastologia do Gonzaguinha de Messejana.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) lamentou o possível fechamento da unidade. Ele informou que 29 bairros de Fortaleza são atendidos pelo hospital e que a mamografia é parte da atenção primária, o que é responsabilidade do município. O parlamentar ressaltou ainda que as policlínicas em funcionamento no Ceará receberam mamógrafos e que deverá organizar uma visita para averiguar como está a situação dos equipamentos e dos exames no Interior. Carlos Felipe enfatizou que outras formas de câncer podem ser descobertas no início com exames simples, como exame para detectar sangue oculto nas fezes, o que pode indicar câncer de cólon.
A presidente da Frente Parlamentar de Defesa da Mulher da Assembleia Legislativa, deputada Fernanda Pessoa (PR), destacou que os agentes de saúde precisam ser valorizados e capacitados para ajudar na prevenção ao câncer de mama e outras formas da doença. Ela lembrou que a Frente Parlamentar de Defesa da Mulher conseguiu arrecadar mais de R$ 600 mil para ações na área de saúde da mulher, entre elas a realização de biópsias de câncer de mama.
A representante do Comitê Estadual de Controle do Câncer, Suely Kubrusly, parabenizou a Frente Parlamentar de Defesa da Mulher e informou que a ação conseguiu zerar a fila de espera por biópsias de câncer de mama. Com relação à prevenção, ela esclareceu que muitas mulheres perdem a confiança no sistema de saúde quando não conseguem fazer o exame porque alguns aparelhos estão quebrados ou, quando conseguem, às vezes não recebem o exame ou recebem com qualidade ruim e até ilegível.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Francisco Pimentel, o câncer de mama tem alta mortalidade porque a detecção não é precoce, e o gargalo está, segundo ele, no atendimento primário e secundário. Ele informou que o Hospital da Mulher está com mamógrafo quebrado e defendeu que é necessário fazer um retrato real da cobertura mamográfica no Estado. Segundo ele, o Ceará é o segundo pior em cobertura mamográfica do Nordeste, perdendo apenas para o Maranhão.
O representante do Conselho Regional de Medicina, Fernando Melo, demonstrou preocupação com a possível extinção do departamento de Mastologia do Gonzaguinha de Messejana e pediu apoio da Assembleia para que isso não aconteça.
Também participaram da audiência os representantes da Associação Médica Cearense, José Aurillo Rocha; do Grupo de Estudo Multidisciplinar de Oncologia, Andressa França; da Secretaria de Saúde do Estado, Lucimar Pontes, e da Comissão de Saúde da OAB, Irene Lacerda.
JM/CG