Você está aqui: Início Últimas Notícias Internautas defendem liberação de bebidas alcoólicas nos estádios
Para 88,5% dos internautas, a medida seria correta, pois, atualmente, as bebidas podem ser consumidas antes de os torcedores entrarem nas arenas, gerando tumulto já no acesso.
Outros 10,8% dos internautas discordam da regulamentação, entendendo que já existe uma lei federal proibindo totalmente essa comercialização, com o intuito de diminuir brigas e depredações. Enquanto 0,7% preferem não opinar.
O deputado Ely Aguiar (PSDC) endossa o posicionamento da maioria dos internautas. Ele avalia que a proibição da venda de bebidas nas dependências dos estádios não gera necessariamente a redução de casos de violência.
“As brigas que ocorrem nos estádios são previamente marcadas nas redes sociais, não tendo, geralmente, nada a ver com o consumo de álcool, que atualmente é proibido nos estádios”, comenta o parlamentar.
Ely Aguiar informa já ter apresentado projeto de lei na Casa liberando a comercialização e o consumo de chope nos estádios cearenses desde o horário de abertura dos portões para acesso do público até o primeiro terço do segundo tempo regulamentar da partida.
“Em outros eventos, como shows, feiras livres, acontecimentos públicos e festas privadas não há a restrição para a comercialização de bebidas alcoólicas, então por que proibir só nos estádios?”, questiona Ely Aguiar.
Já o deputado Fernando Hugo (PP) manifesta preocupação com a liberação, entendendo que o consumo de álcool nos estádios pode estimular atos de violência.
“É comprovado cientificamente que o álcool etílico, quando vira chope, cerveja, vinho, whisky, causa modificações psicoemocionais e comportamentais no organismo, podendo provocar sérias consequências em um ambiente eivado de emoções, como os estádios”, alerta o parlamentar.
Para ele, a comercialização deveria ser proibida até no entorno das praças esportivas. “Não tem como, nos momentos atuais, com a deseducação popular que temos, vender álcool nos estádios. É um desserviço estimulador de violência e mais agressões”, afirma.
O promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Ceará (MP/CE), Francisco Xavier Barbosa Filho - que também é coordenador do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (NUDTOR) -, defende o cumprimento do Estatuto do Torcedor, que veda a entrada do torcedor nas praças esportivas com bebidas e outros produtos que possam estimular ações violentas.
“O Estatuto do Torcedor é claro quando diz que são condições de acesso e permanência do torcedor no recinto esportivo não portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar possibilidade à prática de atos violentos”, esclarece.
Ele ressalta ainda que, mesmo havendo a aprovação de uma lei estadual permitindo a liberação da venda de bebidas nos estádios, ela pode ser questionada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Todas as leis que já foram aprovadas em âmbito estadual estão sendo questionadas pela Procuradoria Geral da República (PGR) quanto à sua constitucionalidade. Se já existe uma lei federal, no caso o Estatuto do Torcedor, que aborda a mesma questão, não é atribuição do Legislativo (Estadual) mudar isso”, critica Francisco Xavier.
RG/GS