Você está aqui: Início Últimas Notícias Redução na oferta de bolsas para ensino superior é discutida na Assembleia
O debate, solicitado pelo deputado Renato Roseno (Psol), tratou da não concessão de bolsas para alunos recém-ingressos nos programas de pós-graduação(mestrado e doutorado) por parte Funcap, e contou também com a presença do deputado Carlos Felipe (PCdoB).
De acordo com Luís Drude, o sistema de pós-graduação no Estado é um dos que mais cresceu no País nos últimos seis anos, passando de 67 para 119 cursos, um aumento de 135%. Isso aconteceu, ainda de acordo com o diretor da Funcap, porque havia um investimento muito forte do Governo Federal e do Governo do Estado, para estimular o crescimento da pós-graduação porque o Ceará precisa de gente capacitada para avançar no desenvolvimento social. "É preciso ter gente qualificada que multiplique a riqueza do Estado por meio do conhecimento", destacou.
Luis Drude disse ainda que, no início do ano, ocorreu a saída total do Governo Federal na manutenção de bolsas de estudo. "A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) cortou várias e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) continua reduzindo o investimento em bolsas e isso, consequentemente,
sobrou para o Estado que não tem a mesma condição financeira do Governo Federal. Em janeiro, a Funcap teve que fazer um aporte extra de quase dois R$ 2 milhões para atender a demanda", informou.
Para o deputado Renato Roseno(Psol), o cenário de restrição orçamentária fez com que no inicio do ano houvesse um atraso muito grande nos recursos. Agora, a situação piorou em nível federal, com a possibilidade inclusive de que não haja incremento de recursos para a Ciência e Tecnologia, em geral. "O Ceará precisa muito de pesquisa de pós-graduação. O fato de nós sermos um estado que tem 4% da população brasileira e 2% do PIB(produto Interno Bruto) determina que nós precisamos muito da universidade pública, do ensino superior e da pesquisa da Ciência e Tecnologia", assinalou.
O parlamentar observou que o Ceará tem 93% no semiárido e isso exige muita pesquisa para melhorar o padrão e a qualidade de vida da população. Ele também destacou a desigualdade na distribuição de recursos, onde o Sudeste é beneficiado 100% das bolsas e, no Ceará, a concentração é em Fortaleza.
Patrícia Marques de Farias, aluna de doutorado em Ciência e Tecnologia em Alimentos da Universidade Federal do Ceará (UFC), disse que grande parte dos bolsistas é formada por estudantes de baixa renda e o valor da bolsa já está muito defasado. "A grande dificuldade é os governantes enxergarem a Ciência e a Tecnologia como um investimento e não como um gasto", ressaltou. Ela acrescentou que os bolsistas são profissionais que trabalham a baixo custo para melhorar a vida das pessoas.
Participaram da audiência, professor Jorge Herbert, Pró-Reitor Adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC); Alana Caetano Freire, do Movimento em Defesa dos Programas de Pós-Graduação da Universidade Estadual do Ceará (Uece); Misael Torres Martins, do Movimento em Defesa dos Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC); Professor Wilson Júnior Araújo Carvalho, diretor de ensino da Universidade Estadual do Ceará e Epitácio Macário, da Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior - Sindicato Nacional Andes.
WR/AT