Você está aqui: Início Últimas Notícias Internautas apontam falta de políticas de combate à violência contra o idoso
Para a deputada Fernanda Pessoa (PR) as políticas públicas de combate à violência contra o idoso ainda não são inteiramente eficientes. "Acredito que temos ainda um longo caminho para combatermos a violência e oferecermos um envelhecimento saudável digno”, avalia. Segundo a parlamentar, há políticas públicas que garantem a punição ao agressor. Mas faltam políticas de conscientização.
“O que dificulta o processo de um dia acabarmos com a violência é que os agressores são geralmente membros da família. São parentes próximos e muitos casos acabam nem sendo denunciados. Precisamos mudar o nosso comportamento antes de tudo. Só no Brasil, existem quase 20 milhões de pessoas idosas que representam 11% da população. É sim preciso fortalecer uma rede integrada de atendimento aos idosos, em todo o País,” diz a deputada.
Para o deputado Heitor Férrer (PSB), o combate à violência contra o idoso depende muito fortemente de um controle social, além de políticas públicas. “De nada adianta uma legislação moderna e órgãos fiscalizadores se o próprio idoso e as pessoas que lidam diretamente com ele não agirem de conformidade com o que preceitua a legislação, nem são capazes de promover as denúncias aos órgãos competentes quando dispositivos legais forem infringidos. “A violência contra o idoso é um fenômeno mundial e combater os abusos é sempre problemático em qualquer sociedade. No entanto, devemos estar atentos para que as políticas públicas sejam cada vez mais eficientes”, assinala o deputado.
De acordo com a advogada Cristina Hoffman, coordenadora de Saúde Pública da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde, frequentemente, o idoso se cala sobre os abusos físicos que sofre e se isola para que outros não tomem conhecimento desse tipo de violência, prejudicando sua saúde mental e a sua qualidade de vida.
Conforme apontou, as estatísticas mostram que, por ano, cerca de 10% dos idosos brasileiros morrem vítimas de homicídio. “A incidência comprovada no mundo inteiro é que de 5% a 10% dos idosos sofrem violência física visível ou invisível e que pode ou não provocar a morte”, acrescenta Cristina.
Ela assinala ainda que aviolência contra a pessoa idosa não está relacionada apenas a agressão física. “A negligência, por exemplo, foi a principal forma de violência praticada contra os idosos brasileiros nos últimos três anos. O descuido é caracterizado pela omissão dos familiares ou instituições responsáveis pelos cuidados básicos para o bem estar físico, emocional e social da população, a partir dos 60 anos”, pontua.
JS/AT