O deputado George Valentim, autor do requerimento, destacou que o problema vem desde a década de 1980, quando houve a definição do sistema de aneis tarifários, que determinam o valor das passagens de Fortaleza para municípios da Região Metropolitana. Maranguape se encaixa no anel número 4, indicando o valor da passagem para a Capital a R$ 6,35. “Proporcionalmente, é um dos preços mais caros do Brasil”, afirmou o parlamentar.

O deputado apelou pela reavaliação do sistema de política tarifária dos municípios metropolitanos, por meio de um processo de licitatório. George Valentim ainda citou a criação do Bilhete Único Metropolitano, uma das promessas de campanha do governador Camilo Santana.

Representando a Diretoria de Transportes do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Dalton Alves reconheceu que a reivindicação é antiga. Para ele, a “possível distorção” se dá porque não houve atualização no sistema de transporte da Região Metropolitana de Fortaleza. “Com o passar das décadas, a configuração urbanística da Região Metropolitana sofreu alterações enormes, como adensamento populacional, surgimento de novas localidades, intervenções viárias. Com isso, há a necessidade de configurar toda a rede de transporte para se chegar a um novo modelo tarifário”, disse. 

Segundo Dalton Alves, apesar do 4º anel tarifário determinar o valor da passagem a R$ 6,35, os operadores em Maranguape cobram R$ 5,50 no deslocamento para a Capital. Dalton ressaltou ainda que o Detran tem interesse de corrigir a distorção. “Há uma solução encaminhada, que é o processo licitatório. Já está se alongando além do razoável, mas há uma justificativa plausível, que é a instalação do Bilhete Único Metropolitano. Há determinação do Governo que, esse semestre, o assunto volte a ser discutido com toda a sociedade interessada”, justificou.

Analista de regulação da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Ceará (Arce), José Roberto Sales ressaltou que o órgão vem tomando atitudes para melhorar a gestão sistema de transporte. De acordo com ele, o órgão fez estudo, juntamente com Detran, Governo do Estado e Casa Civil, visando trazer as modificações socioeconômicas e infraestruturais para o sistema de transporte metropolitano. “Tivemos que remodelar e refazer o sistema de transporte, mais compatível com a Região Metropolitana, de forma que fique mais eficiente e haja consequente redução da tarifa”, acrescentou.

O professor estadual Wesley Galvão, de Maranguape, protestou contra a ausência de licitação. O docente frisou que o trajeto Maranguape-Fortaleza equivale a 27 quilômetros, mesma distância de Maranguape a Maracanaú. Para Wesley, a carestia da passagem decorre da ausência de licitação do processo de concessão de serviço e delimitação dos aneis tarifários. “Maranguape está como se a cidade estivesse a 43km de Fortaleza”, alertou.

A audiência contou também com a participação do professor estadual Elton Mauricio; o presidente licenciado do Sindicato dos Funcionários e Empregados da Prefeitura Municipal de Maranguape (Sinfeprema), Antônio Bezerra; e o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Ceará (Sintro), Tobias Brandão.

LF /AP