Pedrosa lembrou que a questão da violência no trânsito, por conta do número de pessoas acidentadas, está ligada diretamente ao alto custeio da saúde pública no Ceará, que tem sido pauta nas últimas semanas. O parlamentar ainda citou a tramitação na Casa do projeto de lei, de autoria da deputada Raquel Marques (PT), que institucionaliza o Maio Amarelo no Ceará. “Com essa institucionalização, esperamos que o projeto e ações de conscientização ganhem mais força no Estado”, disse o deputado.

Luiz Carlos Paulino, coordenador da Associação Brasileira de Educação de Trânsito (Abetran) e membro titular do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), comemorou a segunda edição do Maio Amarelo no Ceará, que superou as expectativas. Segundo ele, a previsão era que 320 professores de oito municípios participassem da campanha. Porém, durante o mês de maio, 10 cidades foram visitadas, o que resultou em mais de mil educadores para o trânsito capacitados. “Só em Juazeiro do Norte foram capacitados 340 professores”, disse.

Paulino ainda parabenizou a instalação da Frente Parlamentar Estadual em Defesa do Trânsito Seguro na AL, iniciativa do primeiro secretário da Casa, Sérgio Aguiar (Pros).

O presidente do Instituto Brasileiro de Defesa da Cidadania (Ibradec), Max Swell Ribeiro, alertou que a violência no trânsito tornou-se problema de saúde pública e precisa de mais mobilização. “Há um envolvimento maior da sociedade e dos governos no combate à dengue. Porém, os acidentes de trânsito matam muito mais que a doença. Morrem 42 mil pessoas por ano no Brasil e não vemos a sociedade se mobilizar para reverter isso”, comparou.

O secretário geral do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran), Daniel Sucupira Barreto, ressaltou que o órgão investe em programas de educação para o trânsito. Uma das ações, chamada “Retorno das Praias”, teve início em março deste ano, com o objetivo de reduzir o número de pessoas que davam entrada no Instituto Doutor José Frota (IJF) aos domingos. “A ação cobre todo o cinturão de Fortaleza. Com isso, os números de acidentados no hospital na tarde do domingo caíram em 50%. Isso corrobora com a ideia de que a fiscalização também é pedagógica”, pontuou.

Daniel Sucupira ainda defendeu que a municipalização no trânsito é a “grande saída” para melhorar a fiscalização e a prevenção de acidentes de trânsito, pois o “Detran não tem capilaridade” em todos os municípios. Segundo Luiz Tigre, presidente do Conselho Estadual de Trânsito do Ceará (Cetran), 59 municípios cearenses são integrados ao Sistema Nacional de Trânsito.

Participaram ainda da audiência o assessor jurídico da Comissão Especial de Assuntos e Estudos sobre Direito do Trânsito e Tráfego da OAB-CE, Antônio Amorim, e o coordenador e consultor do Fórum Brasileiro de Valorização e Preservação da Vida no Trânsito (Fortran), Davi Gleison Ribeiro.
LF/CG