A audiência foi requerida pela deputada Fernanda Pessoa (PR), que explicou que pretende apresentar uma proposta de regulação para plantio de árvores, evitando que sejam plantadas mudas de espécies prejudiciais ao bioma do Estado.  

Conforme Oriel Bonilla, as plantas são trazidas de outros biomas desde o tempo da colonização portuguesa, e a invasão de espécies é uma das principais ameaças à biodiversidade mundial. “Porém, outros países estão tomando medidas mais efetivas, enquanto o Brasil está caminhando lentamente em relação a esse problema”, afirmou o professor.

Para o especialista, é fundamental trabalhar rapidamente, fazendo o controle biológico das plantas invasoras, por meio de inimigos naturais. Ele ressaltou ainda que é necessário que órgãos e institutos de pesquisa trabalhem conjuntamente para encontrar soluções para cada caso.

O vereador João Alfredo (Psol) explicou que a Câmara Municipal irá discutir o tema dentro de uma audiência sobre arborização na Capital. Ele questionou ainda sobre uma possível solução para a cobertura vegetal da cidade de Fortaleza, que possui muitas plantas exóticas.

O representante do Movimento Pró-árvore, Antônio Sérgio, destacou que algumas espécies estrangeiras foram incluídas no semiárido como uma solução devido a sua resistência ao clima local. Ele disse que o Movimento Pró-árvore fornece informações sobre as plantas nativas mais adequadas para plantio, tanto nas ruas quanto em áreas particulares.

O diretor da Federação das Indústrias do Estado do Ceará – Fiec – e presidente do Sindicato das Indústrias Refinadoras de Cera de Carnaúba do Estado do Ceará (Sindcarnaúba), Edgar Gadelha, informou que as plantações de carnaúba estão ameaçadas por uma planta vinda de Moçambique. O empresário informou que milhares de famílias já estão sendo prejudicadas. Ele destacou que a Carnaúba representa a 6ª maior pauta de exportação do Ceará, mas corre risco se não for encontrada uma solução.

Segundo a pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ana Cecília Ribeiro Castro, é preciso levar em consideração as questões culturais e de educação ambiental para a população. Para ela, uma solução seria a distribuição de mudas nativas e a valorização dessas espécies.

Já a presidente da Comissão, deputada Dra. Silvana (PMDB), destacou a importância de informar a população e de dar um encaminhamento a essa questão após a audiência pública.

Também estiveram presentes à audiência pública o fiscal da Secretaria do Meio Ambiente Leonardo Borralho e o assessor institucional da Secretaria do Urbanismo e Meio Ambiente do Município de Fortaleza (Seuma), João Saraiva.
JM/CG