Audiência pública debate as condições de trabalho na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
Foto: Marcos Moura
As condições de trabalho na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e as reivindicações dos funcionários que estão em greve foram os temas debatidos na tarde desta sexta-feira (07/03), em audiência pública promovida pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Assembleia Legislativa do Ceará.
A audiência foi requerida pelos deputados Lula Morais (PCdoB) e Rachel Marques (PT), atendendo ao pedido do sindicato que representa a categoria. Rachel Marques disse ser necessário debater, além das condições de trabalho, a proposta de aposentadoria especial para os carteiros, apresentada nos projetos de lei complementar nº 307 e 308, e a manutenção das condições do plano de saúde da categoria.
Lula Morais destacou a importância estratégica dos Correios para a economia do País e enfatizou que a luta do sindicato é fundamental para defender os interesses dos funcionários.
Já a presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Ceará (Sintect-CE), Maria de Lurdes Paz Félix, explicou que foi pedida a audiência para expor as dificuldades enfrentadas pelos funcionários, que estariam sofrendo problemas de saúde e que, por causa das condições de trabalho, somente 3% dos carteiros se aposentam por tempo de serviço.
A maioria, segundo ela, se aposenta por invalidez ou sai dos Correios para trabalhar em outros lugares. A sindicalista citou ainda os problemas de saúde comuns na categoria, como câncer de pele e problemas psicológicos, e também cobrou mais segurança nas agências.
O representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Antônio Ricardo Lima, manifestou apoio ao movimento grevista dos funcionários dos Correios e ressaltou a importância da luta por melhorias nas condições de trabalho.
O diretor regional dos Correios, Francisco Haroldo Aragão Filho, falou da possibilidade de um remanejamento dos carteiros após 10 anos de trabalho para outras funções dentro da empresa. Sobre a segurança, ele ressaltou que já existe vigilância armada em 95 agências e que outras 35 também serão contempladas até o meio deste ano. Francisco Haroldo esclareceu ainda que os funcionários não irão perder o plano de saúde e que as mudanças que ocorreram foram necessárias devido a uma exigência da Agência Nacional de Saúde (ANS), e que eles não deverão ser prejudicados.
O deputado federal Artur Bruno (PT) também participou da audiência e declarou que irá levar o debate à Câmara dos Deputados, e que irá requerer audiência pública sobre o tema.
Ao final da audiência, Rachel Marques informou que será enviado um requerimento para a Câmara dos Deputados em apoio aos dois projetos de lei complementar (307 e 308), pedindo rapidez na aprovação desses projetos.
JM/LF