Segundo Patrícia Saboya, é preciso debater o composto artístico da Praia de Iracema. ”Por isso, foi organizado esse debate, com participação de artistas, professores e do urbanista e arquiteto, Fasto Nilo”, comentou. Ela lembrou que “Fortaleza é uma cidade encantadora e que qualquer intervenção que venha a ser feita na Praia de Iracema deve ser mesmo discutida ao máximo”. Disse ainda, que a Praia de Iracema, com todas suas contradições, tem uma história voltada para a arte e deve se tornar um lugar cada vez melhor de morar.

A professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Maria Lúcia Bueno, disse que o bairro da Praia de Iracema “parece constituir-se em um grande laboratório de investimentos públicos e culturais, onde se somam a intelectualidade e boemia, locais que servem de cartão postal e uma parte do segmento artístico atuando nas suas localidades”.  Ela disse ainda que é necessário “pensar quais os tipos de impacto ocorreram no bairro após a criação do Centro Dragão do Mar”.

Fausto Nilo salientou que, para que aconteça uma grande requalificação da Praia de Iracema, devem ser criadas mais moradias. “Os moradores atuam como guardiões de acontecimentos. Quando isso não acontece, o bairro perde sua base de residência”, pontuou. Ele disse ainda que “é preciso resolver, na Praia de Iracema, o problema da mobilidade, principalmente da circulação de carros”. Em várias cidades do mundo, segundo o arquiteto, saídas têm sido pensadas nesse sentido, como o uso de bicicletas, vans especiais para idosos que queiram visitar o local, bondes ou jardineiras.

De acordo com ele, hoje, o Centro Cultural tem “ofertado poucas atividades”. Fausto Nilo lembrou que isso poderia ser diferente, já que o Dragão do Mar recebe, em média, 2,5 milhões de pessoa por ano. “Conheço o Centro Cultural de Lisboa, que fica vazio em alguns horários. Então, as pessoas se interessam pelo nosso Centro, que precisa ser mais aproveitado durante o dia”, avaliou.

Já o artista plástico Marcelo Santiago, do Galpão Marcelo do Sol de artes, situado na Praia de Iracema, salientou que muitos artistas estão deixando o bairro por falta de incentivos. “Alguns têm sobrevivido, em seus espaços culturas, como verdadeiros heróis”.

Hoje à tarde, o FIP continua com a exibição de vídeos, às 14h. Às 14h20, será realizada a mesa-redonda “Processos de Patrimonialização da cidade”, tendo como coordenador os professores Silas de Paula e Irlys Barreira, da UFC. Foram convidados o professor da Universidade Cândido Mendes, Mário Pragmácio; o líder comunitário do Poço da Draga, Sérgio Rocha, e o professor Romeu Duarte, da UFC. Às 17h, acontece a cerimônia de encerramento, como uma homenagem aos artistas José Tarcísio e Hélio Rola.  
EU/JU