Você está aqui: Início Últimas Notícias Assembleia recebe representantes de comunidades atingidas pela mineração
O deputado Renato Roseno (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) da Alece, participou do encontro com os representes dos municípios atingidos diretamente pelo problema da mineração na região.
Ele informou que vem acompanhando o acidente que aconteceu em 2019, quando ocorreu foi um grave crime ambiental, em que resíduos da mineração de ferro foram despejados no açude “Flor do Campo” e no entorno causando uma série de problemas como o adoecimento das pessoas, perda de pecuária, queda na produção agrícola e na piscicultura, em especial, dos pescadores do Flor do Campo e que até hoje não foi feita a devida recuperação da área.
O parlamentar acrescentou que em razão das chuvas, os resíduos da mineração foram “carreados” para o açude “Flor do Campo”, que abastece a região, e também para o Rio Poty. “Até hoje não conseguimos ainda entrar com as ações de reparação nas ações judiciais de indenização porque o tamanho do impacto ambiental não foi medido”, afirmou.
Renato Roseno disse que na reunião foi firmada uma parceria da Assembleia Legislativa, por meio das Comissões de Direitos Humanos e Cidadnioa e de Meio Ambiente e o Núcleo de Tecnologia e Qualidade Industrial do Ceará (Nutec) para buscar compreender, através de estudo do Nutec, o tamanho da extensão do acidente ocorrido em 2019, para poder entrar com as ações de reparação, para cuidar da saúde pública e do meio ambiente.
O parlamentar disse ainda que esse acidente é um grande aprendizado. “Hoje nós temos três mil atividades de mineração no Ceará e a gente tem que aprender com isso que aconteceu em Quiterianópolis e Novo Oriente, para que possamos tirar as lições para que esse tipo de acidente não aconteça nessas outras três mil atividades de mineração no Estado”, pontuou.
A vice-prefeita de Novo Oriente, Jane Chaves, disse que desde o acidente de 2019, a cidade passa por problemas ocasionados pela instalação da mineradora em Quiterianópoles, com a contaminação do açude “Flor do Campo” que abastece Novo Oriente e Cratéus. Segundo ela, a contaminação também está causando danos na área pesqueira como a contaminação dos peixes.
O gerente de negócios do Núcleo de Tecnologia e Qualidade Industrial do Ceará (Nutec), Gabriel Aguiar , explicou que, já em 2019, a Assembleia Legislativa realizou um estudo na região que identificou uma contaminação de metais em amostras de solo, água e sedimentos. "Agora, o Nutec vai ampliar esse estudo, a pedido da Assembleia, e tentar ampliar a área de pesquisa para aprofundar essa pesquisa que já foi realizada no ano de 2019, analisando também peixes e hortaliças. Vai ser um estudo mais robusto, mais representativo e ainda mais elucidativo do que o de 2019", afirmou.
De acordo com a representante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Naiane Araújo, o movimento aguardava muito essa reunião por conta de todos os agravantes dos impactos ambientais da mineração, causados através da empresa Globest, no território de Quiterianópolis e adjacências.
Para ela, o estudo deve vir para avançar com análise dos peixes dos açudes do território que foi atingido pelo metal pesado da mineração, assim como hortaliças, porque muitos agricultores foram atingidos diretamente e não se sabe qual o teor de contaminação que tem nessas hortas. "Aqui também foi deliberado um estudo mais aprofundado da água, fazendo uma análise de água
Também participaram da reunião o deputado Joevá Mota (PDT), moradores e demais representes das comunidades de Novo Oriente e Quiterianópolis e o Escritório Frei Tito de Alencar da Alece.
WR/CG