Você está aqui: Início Últimas Notícias Conecta Ceará conclui ciclo de palestras sobre transtorno do espectro autista
O ciclo de palestras foi realizado em alusão ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, comemorado em 2 de abril. O tema desta edição teve a participação de Danielle Alves Zaparoli, terapeuta ocupacional e especialista em Desenvolvimento e Saúde Mental Infantil, e de Nahani Caroline, terapeuta ocupacional pós-graduada em Neurociência e Reabilitação.
Danielle Alves Zaparoli esclareceu que a terapia ocupacional tem a expertise de avaliar dificuldade e potencialidade e de prescrever recursos para adaptar atividade e os recursos assistivos necessários para cada caso.
A terapeuta ocupacional explicou ainda que as atividades diárias englobam desde ações simples, como troca de roupas e higiene, a atividades instrumentais, que requerem maior complexidade nas áreas cognitiva, motora e comportamental.
Ela destacou que algumas crianças com desenvolvimento atípico, como as que têm TEA, apresentam dificuldade de realizar essas atividades e lembrou que, se não forem bem avaliadas e atendidas no momento correto, podem se tornar dependentes por muito tempo.
Outro ponto ressaltado é a importância de o atendimento de pessoas com autismo ser feito por uma equipe multidisciplinar, para que as abordagens se unam e colaborem para que o indivíduo consiga a maior independência possível.
Segundo Danielle Zaparoli, a intervenção precoce é fundamental. Ela aconselha aos pais ou responsáveis a buscar orientação logo que percebam que há algo no desenvolvimento da criança que não está dentro do esperado. “No Ciad, temos um espaço equipado e uma equipe muito completa. A gente também convida a família, porque no resto do tempo é a família que está presente. Devemos conscientizar, educar e informar a família", afirmou.
Ela explicou ainda que esse trabalho pode ser realizado ao longo da vida da pessoa com autismo e deve acompanhar as etapas do desenvolvimento, incluindo adolescência e questões dessa faixa etária.
A terapeuta ocupacional Nahani Caroline ressaltou que diversas técnicas são usadas para chegar à autonomia e independência da pessoa com deficiência e que é fundamental avaliar as dificuldades, singularidades, adaptar e preparar o ambiente, estruturar a atividade e inseri-la na rotina.
Sobre a realização das atividades, ela ressaltou que é importante fragmentar em etapas, para trabalhar um passo de cada vez, e destacou que a família deve participar e também deve ser orientada para estimular a pessoa autista em cada uma dessas etapas.
Nahani Caroline recomendou que a família seja presente e ativa nessa busca pela independência e autonomia da pessoa com autismo, dando espaço para que ela possa tentar e aprender a fazer sozinha, sem que alguém apresse ou critique, e sempre reforçando positivamente quando as atividades são bem realizadas.
A coordenadora do Ciadi, Sáskya Vaz, concordou que a família é fundamental para o acompanhamento da criança e lembrou que o Ciadi também busca atender aos pais, dando suporte, orientação para que o melhor resultado seja alcançado. "O atendimento sistêmico é isso: você olha para o todo a partir das partes", pontuou.
A transmissão desta edição do Conecta Ceará contou com a participação de mães e de profissionais ligados ao tema.
Também participaram a coordenadora da Célula de Qualificação dos Servidores, Norma David, e o orientador de células do Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil da Assembleia, Bráulio Teixeira.
JM/CG