Para o parlamentar, a CPI deveria ser chamada de CPI do Motim, e não CPI das Associações Militares, por entender que há um risco de que a ação da Assembleia seja interpretada como uma retaliação a uma instituição tão séria quanto a Polícia Militar do Ceará.
“A CPI deveria focar a sua atuação em investigar aquela coisa absurda, ilógica, impensada e criminosa de policiais militares usando balaclava, pedindo para comércios fecharem, sequestrando e furando pneus de viaturas. E se, durante essas investigações, fosse identificado que determinada associação financia ou fomenta essas ações criminosas, isso poderia ser incluído na CPI”, considerou Carlos Felipe.
Ainda segundo ele, seguindo essa lógica, “daqui a pouco a Assembleia pode fazer a CPI do Sindicato dos Médicos”, em uma investigação que, na sua opinião, deve ser conduzida pelos médicos. “No caso aqui em questão, é algo relacionado aos policiais. Cada ente no seu espaço”, apontou.
Em aparte, o deputado Marcos Sobreira (PDT) comentou que integra a CPI das Associações Militares, defendendo a atuação da comissão. “Temos que entender que há indícios de desvio de finalidade dos recursos dos policiais militares destinados a algumas associações. Há registros de associações que recebem R$ 800 mil por mês, e nós precisamos averiguar esses indícios”, salientou.
A deputada Augusta Brito (PCdoB) também reforçou que a CPI está sim investigando as causas do “motim”, e, por isso mesmo, as associações de militares entram nesse contexto. “Não estamos condenando as associações, pois estamos investigando justamente os indícios de que existem associações patrocinando coisas ilícitas”, pontuou. Já a deputada Dra. Silvana (PL), endossando as palavras do parlamentar, parabenizou o “discurso com rumo” do colega.
RG/CG