De acordo com o parlamentar, na contramão das termelétricas, a produção de energia pelas hidrelétricas foi a menor desde 2002, ocasionada, sobretudo, pela escassez de chuvas. O acionamento das termelétricas, no entanto, gera maiores custos e impacta no orçamento dos consumidores. “Vinte anos se passaram; tivemos, no final do século passado, a história dos apagões; ao longo de quase 30 anos horário de verão, para haver economia da energia elétrica, mas a grande matriz energética do País continuou sendo as hidrelétricas”, disse.
A termelétrica do Ceará também será acionada. Conforme Sérgio Aguiar, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, comunicou, em sessão da Câmara dos Deputados, que, a partir de outubro, será necessário o acionamento do equipamento que fica no Porto do Pecém. “Para quem não sabe o que é, é aquele navio regaseificador que fica no porto, que deve ser utilizado em riscos de desabastecimento energético. O resultado é a famosa bandeira vermelha tarifária, que afeta o bolso do cidadão”, pontuou.
O deputado destacou que o Nordeste produz e envia energia para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, pela produção de energia eólica, desde 2020, por meio do sistema interligado nacional. “Mais linhas de transmissão ajudariam no envio de mais energia. Em 2021, em meio a uma crise hídrica, a transferência ganhou destaque e conferiu à região protagonismo, que vai muito além das belezas das praias e turismo. Pouca gente sabe, mas é importante dizer que é difícil aumentar essas linhas de transmissão, pois têm alto custo. É preciso investimentos conjunto para isso”, afirmou.
A alternativa para o Brasil, segundo o parlamentar, é fortalecer a produção de energia solar e eólica, reduzindo o acionamento das termelétricas, o que encarece a conta. “Não será com o encarecimento da energia, através das termelétricas, que vamos ter a solução. Será com a produção de energias alternativas e limpas. Só assim iremos estimular a gradual substituição das matrizes energéticas do País”, observou.
Sérgio Aguiar ressaltou ainda que participou, no último final de semana, dos encontros regionais do PDT com lideranças, realizados nos municípios de Barbalha e Brejo Santo. Segundo ele, outros eventos como esses serão promovidos ao longo deste ano e no primeiro semestre de 2022.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB), em aparte, afirmou que o cuidado com o meio ambiente está em pauta no mundo, e investimentos em energias renováveis são necessários. O parlamentar criticou ainda a falta de planejamento para evitar uma nova crise energética no Brasil e de investimentos em alternativas para a matriz energética nacional.
A deputada Dra. Silvana (PL) reiterou a urgência em pautar a aplicação de energias sustentáveis e sugeriu ações do poder público, como a instalação de placas de geração de energia solar para abastecimento de prédios públicos, em comunidades mais isoladas e em grandes residenciais.
O deputado Daniel Oliveira (MDB) afirmou que é importante a isenção de impostos sobre equipamentos geradores de energia renovável para possibilitar o acesso da população. “Imposto não é para ser sobre energia limpa, é para haver incentivos. No Ceará, temos que aproveitar esse potencial do sol e do vento”, pontuou.
GS/CG