O parlamentar observou que o trabalho do Governo do Estado, em parceria com instituições ambientais, está conseguindo limpar as praias afetadas. No entanto, ainda não há certeza sobre os impactos ambientais no futuro e disse que o desastre continua afetando a população que depende da pesca artesanal no Ceará.
Acrísio Sena informou que Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa receberá, na reunião de quarta-feira (13/11), representantes de pescadores artesanais de áreas atingidas para debater o problema. “Eles estarão presentes para discutir e reivindicar que a atenção não seja apenas para pescadores cadastrados no seguro defeso, mas ampliado na totalidade, pois isso impactou a todos que dependem dessa atividade”, acrescentou.
O parlamentar reforçou a importância de preservar a atividade para a economia do Ceará. “A pesca artesanal, que é feita por pequenas embarcações, é responsável, nacionalmente, por grande parte da renda das famílias. Mesmo feito em pequena escala, a gera mais empregos que a pesca em larga escala, e, mundialmente, é responsável por 50% do pescado consumido no mundo”, observou.
De acordo com o deputado, até o momento 10 estados foram afetados, abrangendo 107 municípios e mais de 400 comunidades. No Ceará, dos 20 municípios que trabalham com a pesca, 10 foram atingidos pelo óleo. Para Acrísio Sena, o trabalho realizado pelo Governo do Estado “destoa muito do que tem feito o Governo Federal”. “Até os simples equipamentos de proteção individual (EPI) solicitados ao Governo Federal não chegaram a 5% do que foi pedido. Mesmo assim, a luta aqui não para. Permanece de forma intensa. Toda terça-feira à tarde estamos monitorando os impactos desse óleo no mar, nos manguezais e nas comunidades”, ressaltou.
Acrísio Sena ressaltou a necessidade de estudos comprobatórios e científicos para definir se os pescados de áreas atingidas pelo óleo estão próprios para consumo, como foi informado pelo Governo Federal. “O óleo libera metais pesados e substâncias tóxicas. O Governo liberou, mas as pessoas estão temerosas em consumir esse peixe, esse pescado”, salientou.
O deputado ressaltou que é necessário pensar no conjunto de setores que dependem do mar, sem detrimento de nenhum dele. “Não adianta só falar que está próprio para banho, se o desastre estiver afetando a pesca, o ecossistema. Temos que pensar no geral”, afirmou.
Acrísio Sena informou ainda que na segunda-feira (11/11), foi protocolada na Casa Civil do Estado emenda parlamentar para restauração do barco Diomedes II, de Icapuí. “Deixo aqui essa boa notícia para meus amigos pescadores da Praia da Redonda, sobre a restauração desse equipamento que serve tanto para os trabalhadores de Icapuí.”
GS/AT