Segundo Lula Morais, o comportamento de Jair Bolsonaro demonstra claramente o que parlamentar faria caso estive no período da Ditadura Militar. “Esse ex-militar não lembra a quantidade de jovens brasileiros que lutaram por democracia e foram presos. Certamente, ele seria uma dos militares que cometeram as atrocidades reveladas no relatório da CNV. Eu sou de uma família que lutou pela democracia e hoje tenho uma irmã viúva graças a esse regime”, disse.
Lula Morais leu na tribuna artigo da jornalista Miriam Leitão, denominado “A escolha certa”, publicado na edição de hoje do jornal O Globo. Em seu texto, a jornalista destaca o trabalho da Comissão Nacional da Verdade que, segundo ela, escolheu o caminho mais difícil, porém mais verdadeiro, listando como responsáveis pelas violações aos direitos humanos ex-presidentes, oficiais generais e toda a cadeia de comando. A jornalista ressalta ainda o fato de a CNV ter escolhido a tese do crime contra a humanidade, “numa rejeição implícita à Lei de Anistia”.
“A jornalista foi uma das presas e torturadas na ditadura militar. Quero parabenizá-la por esse artigo e por essa opinião que casa com aqueles que buscam a justiça e lembra um período tão negro e estarrecedor na história do nosso País”, destacou Lula Morais.
O parlamentar deixou claro que sua intenção não é atacar as forças armadas, mas mostrar o quanto o regime foi prejudicial ao Brasil. “Não estou atacando as forças armadas. Devemos, como todo patriota, defender o País, mas esse período marca um período negativo na história do Brasil. Nós não podemos deixar para trás aquilo que marcou a nossa história. O Brasil deve esclarecer muitas coisas e a Comissão da Verdade tem feito isso. O Estado brasileiro já pediu desculpas ao cidadão pelas violações e todos que tiverem responsabilidade precisam reconhecer o que fizeram”, pontuou.
DF/CG