O parlamentar frisou que não se trata de uma política de combate a inflação, mas uma imposição dos credores, que ganham com a elevação da dívida pública. “A inflação, nos últimos meses, tem sido resultante da seca, que eleva o preço dos alimentos e das tarifas de energia elétrica, com o acionamento das termelétricas, que têm um custo mais elevado do que as hidrelétricas”, acrescentou.
Lula Morais considerou que o pagamento de nove dias da dívida equivale ao desembolso destinado ao programa Bolsa Família. “O bolsa juros consome a cada nove dias um ano de Bolsa Família. A saúde e educação também têm impactos bem menores que o pagamento da dívida pública”, observou.
O comunista lembrou que a CPMF, antes de ser extinta, arrecadava algo em torno de R$ 40 bilhões, cerca de 0,3% da carga tributária. Segundo o deputado, é muito pouco para os “enormes benefícios que a reinserção desta tributação trará para o Sistema Único de Saúde”.
Lula Morais também explicou que a CPMF não irá impactar os rendimentos da maioria dos assalariados, que ficarão isentos da cobrança.
Em aparte, o deputado Mauro Filho (Pros) disse que a discussão sobre a CPMF não pode ter só um componente político ideológico e precisa ser mais esclarecedora para o conjunto da população. “A saúde está precisando de pelo pelos mais R$ 150 bilhões para custeio. Somente o Ceará está gastando cerca de R$ 1,3 bilhão. Temos de acabar com o discurso demagógico. O imposto só atinge os ricos, já que há uma faixa de isenção para 80% da população brasileira”, afirmou.
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