Professor Pinheiro acredita que a inovação na apresentação dos candidatos pelo instituto Sensus é tendenciosa. O parlamentar fez um comparativo com as eleições para presidente de 1989. Fernando Collor de Melo e Luiz Inácio Lula da Silva participaram de um debate na Rede Globo, que praticamente definiu as eleições. “Editaram o debate de forma que favorecia claramente o caçador de marajás de Alagoas”, ressaltou.
O deputado citou a reportagem de José Roberto de Toledo, do Estadão, que comentou a pesquisa. Na matéria, o jornalista disse que, na pré-campanha, quando a maioria dos eleitores não tem o nome de um candidato na ponta da língua, qualquer tratamento diferenciado a um deles poderia inflar sua intenção de voto. “A oposição, não tendo proposta para o Brasil, tenta criar factoides, foi assim em 1989 e é assim agora”, criticou.
Professor Pinheiro também prestou homenagem ao bispo emérito da cidade de Goiás e fundador da Comissão Pastoral da Terra, Dom Tomás Balduino. Aos 91 anos, o religioso morreu na última sexta-feira (02/06). ”Uma figura respeitadíssima junto à população mais pobre e oprimida, que adotou o Brasil como pátria”, frisou.
Professor Pinheiro citou ainda pesquisa realizada pela Universidade de São Carlos, em São Paulo. O trabalho, segundo ele, mostra que morrem três vezes mais negros do que brancos em ações policiais. “O racismo ainda é grave. São Paulo tem 34% da sua população negra. Entre 2010 e 2011, as vítimas da polícia nos boletins de ocorrência chegaram a 58%”, pontuou. O parlamentar fez referência ao "Guia do Enfrentamento ao Racismo Institucional", lançado pelo Governo Federal para reduzir os danos causados à população negra no Brasil.
Em aparte, o deputado Carlomano Marques (PMDB) criticou o Partido dos Trabalhadores e o pronunciamento de Professor Pinheiro. “A questão da pesquisa e o método é uma questão secundária. A contradição central é que o PT não vive mais no tempo da ética e da utopia”, afirmou Carlomano.
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