O deputado disse que é preciso cobrar uma segurança pública eficiente. “Os índices mostram que o número de homicídios cresceu 40% desde o início do Governo. O próprio governador do Estado sente na pele a decepção com as políticas públicas adotadas para combater a violência”, afirmou.
De acordo com Heitor, o Parlamento do Ceará deveria cobrar políticas com resultados. Ao mesmo tempo em que vai dar posse a 1.500 soldados, outros fatores que poderiam ser prevenidos, na visão do parlamentar, foram desprezados. “Alguns desses itens são o tratamento de dependentes químicos e a inclusão social dos presos, que não são ressocializados e voltam a conviver livres na sociedade”, pontuou.
Para o deputado, o Governo pode ter todos os méritos, mas quando vai para a paz social é um fracasso. “O Governo faliu no que foi o carro-chefe durante a campanha eleitoral, que foi o combate à violência, com o programa tido como milagroso, o Ronda do Quarteirão”, avaliou.
Heitor Férrer apresentou o que considera dados concretos. Segundo ele, no Reino Unido, durante 2012, aconteceram 550 assassinatos, numa população de 52 milhões de pessoas. No Estado do Ceará, com 8,6 milhões de habitantes, foram registrados 3.865 assassinatos no mesmo período. Segundo Heitor, o Governo “vendeu” para o povo do Ceará, um sistema “fantástico”, gastando R$ 1,4 bilhão, somente em 2012, mas o resultado tem sido entristecedor. “Estamos sendo derrotados pela violência. Temos mais medo de ir para a rua do que cariocas e paulistanos”, disse Heitor, observando que Rio de Janeiro e São Paulo adotaram políticas que conseguiram a redução de assassinatos para 13 em cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto no Ceará o índice é de 29,9, para cada 100 mil. “Estamos numa área epidêmica. A ONU estabelece como aceitável até 10 homicídios para cada 100 mil. Em Fortaleza, são 49 assassinatos para cada 100 mil. Saímos de casa e não sabemos se vamos voltar.
Heitor Férrer defende mudanças radicais no sistema de segurança. “Chame a sua equipe de segurança e faça o que São Paulo e Rio de Janeiro estão fazendo. Não sairemos dessa condição epidêmica enquanto não tivermos uma política de tratamento de dependentes químicos. Há dados concretos: 70% dos homicídios têm envolvimento com o uso e o tráfico das drogas”, ressaltou.
Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PMDB) considerou que não podemos reduzir a nada as ações efetivas do Governo do Estado. “Se elas não tivessem acontecido, a insegurança seria muito maior”, frisou. Ela assinalou ainda que o Governo criou uma pasta para tratar dos usuários de drogas, que está sendo comandada por Socorro França.
JS/CG