Segundo relato da parlamentar, em reunião dos deputados com o governador Cid Gomes, percebeu-se “a preocupação dele em fazer ações que solucionem e amenizem o problema, como o cinturão das águas, o projeto de transposição do Rio São Francisco”. Contudo, “infelizmente, também estamos precisando de ações emergentes”.
A deputada disse temer que 2013 seja outro ano de seca, lembrando que a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) prevê, para os próximos três meses, no Ceará, 45% de probabilidade de chover abaixo da média; 35% de chover na média e apenas 20% de chuva acima da média. “Os números falam mais quando se somam ao quadro de seca de 2012”, alertou.
Fernanda Pessoa chamou atenção para a possibilidade de uma seca “drástica”, tendo em vista que “não há reserva de água e alimento, consequência da sexta pior seca da história do Ceará”.
Conforme os dados apresentados pela deputada, a reserva de água dos açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) é de aproximadamente oito bilhões de metros cúbicos. Isso representa 47% da atual capacidade de reserva e 30% menos que o volume registrado no mesmo período do ano passado.
A deputada ponderou que o problema da seca é histórico e não se justifica que as consequências desse fenômeno climático ainda causem flagelo entre a população sertaneja. Como pode um problema de tantos anos ainda existir a ponto de deixar milhares de famílias em extrema necessidade?”, questionou.
Segundo Fernanda Pessoa, dados do Portal da Transparência do Governo do Estado revelam que, de R$ 1,2 bilhão programado no orçamento dos principais órgãos com ações no enfrentamento da seca, apenas R$ 677 milhões – quase metade – foram realmente executados.
“Em defesa, os órgãos alegam a grande burocracia brasileira, que dificulta o processo percorrido pelas verbas públicas. Mas, na verdade, nada disso justifica, já que esse é um problema de anos”, avaliou.
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