O alerta de Renato Roseno foi em alusão ao comentário do Ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que disse, na última quarta-feira (30/03) à imprensa nacional, que o golpe de 64 teria “fortalecido a democracia” e “um marco histórico na evolução da política brasileira”.
Para o parlamentar, a ditadura militar brasileira “foi um período marcado por um conjunto de medidas antidemocráticas de cunho autoritário e ditatorial, que hoje seriam passíveis das cortes internacionais”. “Se formos ouvir todo o conjunto de especialistas em direitos humanos, todos serão unânimes na compreensão de que aquele período foi marcado pela implantação de ditaduras em toda a América Latina, e em casos como o do Brasil, com apoio e interferência direta dos Estados Unidos”, disse.
Sobre o revisionismo que busca dar outra interpretação ao golpe de 64, Roseno viu como importante considerar que os problemas nesse tipo de direcionamento não são “apenas a alta gestão”. Segundo ele, quando uma ditadura se instala, há toda uma hierarquia de autorização da violência, torturas, silenciamentos e outros atos autoritários, algo que, para ele, “intensifica a necessidade de se estar alerta com relação a discursos que incitam as pessoas contra a democracia”.
O parlamentar também comentou a situação dos restaurantes das universidades estaduais e federais. Roseno comentou o caso da Universidade Federal do Ceará (UFC), em que o fechamento do restaurante universitário tem gerado revolta entre os estudantes. O parlamentar lembrou que a ineficiência da empresa contratada pela gestão da universidade para manter o restaurante é mais uma das muitas denúncias e reclamações realizadas pelos estudantes contra o reitor Cândido Albuquerque.
Renato Roseno afirmou que está ao lado dos estudantes, docentes, técnicos que atuam na universidade e que tem um mandato legítimo que o autoriza a fazer essa defesa. “Ao contrário do reitor, que não está lá de forma legítima, pois foi o menos votado nas eleições para a reitoria.”
“A UFC é um patrimônio do povo cearense, uma das instituições mais simbólicas e queridas do Estado por tudo que fez do ponto de vista do ensino, da pesquisa e da extensão. A revolta dos estudantes é legítima diante de um reitorado que tem se dedicado a um clima de tensão permanente”, assinalou.
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