O deputado Fernando Hugo (PP) acredita que a situação não é definitiva e esse envolvimento estará condicionado ao desempenho da equipe do técnico Tite nos campos e à atuação da mídia. “Não estou vendo calçadas e ruas pintadas por aí, mas acredito que, com o time indo bem e a imprensa, que tem um grande poder de influência, estimulando as pessoas, logo veremos um cenário como costumava acontecer em copas anteriores”, assinala.
Seguindo a linha de raciocínio do colega de Parlamento, o deputado Carlos Matos (PSDB) enfatizou que, quando os jogos começarem, as pessoas vão se empolgar e esquecer os momentos difíceis vividos no País. “Quando o time começar a ganhar, a crise vai ser esquecida e as pessoas vão torcer para o Brasil”, projeta.
Para o deputado licenciado Carlos Felipe, o esporte ainda possui um caráter inspirador e a população em breve voltará a se sensibilizar com o Mundial de seleções. “Na década de 1970, o Brasil também passava por uma grande crise e, mesmo assim, as pessoas se envolveram com a Copa. O futebol, nesses momentos difíceis, serve como uma força geradora de autoestima para o povo”, salientou.
O jornalista Pery Negreiros, que trabalhou na cobertura das duas últimas Copas do Mundo, lembra que o cenário de aparente desinteresse da população não é novidade e que tende a ser modificado após o apito inicial no torneio da Fifa. "Em 2014, na Copa do Mundo realizada no Brasil, eu estive em São Paulo, local do jogo da abertura do evento, para produzir matérias sobre o envolvimento dos paulistanos em relação ao Mundial. Era simplesmente a véspera da abertura da Copa, que retornava ao País após 64 anos, e foi muito difícil encontrar alguém empolgado com aquilo tudo. No dia seguinte, o clima era completamente outro, com a grande maioria das pessoas vidrada nos jogos", conta.
Então editor do caderno de esportes do jornal Diário do Nordeste, de São Paulo, no dia seguinte, o jornalista passou ainda por Salvador, onde cobriu o jogo Espanha x Holanda, antes de retornar para Fortaleza, que também recebeu partidas do evento, e esteve no Rio de Janeiro, para cobrir a final, entre Alemanha e Argentina. "A empolgação foi crescendo cada vez mais e foi absorvendo até mesmo pessoas que não costumam acompanhar futebol regularmente. E olha que o Brasil já vivia um clima de insatisfação muito grande com a política desde 2013, quando estouraram diversas manifestações contra a Copa do Mundo pelo País afora. E ainda teve o 7 a 1 (derrota da Seleção Brasileira para os alemães, na semifinal). Mas o sentimento quase geral quando o torneio terminou era de saudade", relembra.
GM/PN