O deputado Heitor Férrer (PDT) salientou que é notória a insatisfação da população com os rumos que a política do País vem adotando. E isso, em sua opinião, tem causado um certo desconforto às principais autoridades brasileiras. “Não há como criticar a vontade do povo de se manifestar em defesa de mais impessoalidade no trato com a coisa pública. Porém, esses protestos não podem se transformar em joguete nas mãos de oportunistas, que, às vezes, querem tirar proveitos políticos futuros desses eventos.”
De acordo com o deputado Paulo Facó (PTdoB), não tem como excluir o legítimo direito de manifestação. Qualquer retaliação às manifestações pode ser entendida como um ato ditatorial, o que não cabe dentro de um sistema democrático. Mas observou que as leis do País preveem sanções aos que se excedem no direito de manifestar e depredam patrimônios públicos e privados.
Para o professor da Universidade Federal do Ceará Felipe Sahad, PhD em filosofia política, as manifestações populares são saudáveis para o sistema democrático. Ele observa que muitas vezes o sistema representativo distancia muito representante e representado. Por isso, quando há insatisfações pela forma como o Estado está sendo conduzido, é razoável que a população saia às ruas e manifeste os seus pensamentos, para que os políticos, dentro da sensibilidade de cada um, adotem as correções necessárias.
Na opinião do professor, infelizmente, no Brasil, as modificações na esfera política acontecem muito lentamente. Para ele, os políticos brasileiros, em sua grande maioria, continuam tratando a atividade política de forma privada, em detrimento dos interesses coletivos.
JS/AT