Deputados estaduais cearenses afirmam estar preocupados com a possibilidade de mais um ano de estiagem no Ceará e fazem sugestões ao governador Camilo Santana quanto às ações para o Estado. O líder da base governista na Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PDT), destacou que as chuvas ocorridas no início deste ano dão alento, mas não deixam o Governo tranquilo em relação ao período chuvoso.
"O Governo deve continuar trabalhando no plano de combate à seca, claro que também na perspectiva de conclusão das obras do Cinturão das Águas, que tem vinculação direta com a Transposição do São Francisco", declarou o líder, acrescentando estar confiante no término das obras da Transposição.
Já o deputado Roberto Mesquita alertou para a necessidade de aproveitar a água que chega até os reservatórios existentes. "Esse é um momento de esperança e felicidade, mas é fato que o fenômeno da seca nos assola a cada ano e não avisa quando vem. Por isso, é importante que o Ceará esteja preparado. Quando vem a dificuldade, a gente se desespera, mas quando a chuva começa a cair, nós nos esquecemos de fazer nossa parte", disse Roberto Mesquita (PV).
Segundo ele, é preciso que o Governo do Estado continue trabalhando na perfuração de poços profundos, assim como na construção de adutoras, além de acelerar obras do Cinturão das Águas. "Temos que saber que a seca vai voltar e, quando ela voltar, temos que estar preparados para não sofrermos outra vez", avisou, defendendo o uso de técnicas agrícolas mais modernas para que o Ceará continue exportando frutas, legumes e flores sem agravar a escassez hídrica.
O deputado Renato Roseno (PSOL) afirma que se deve trabalhar métodos de educação ambiental com cuidado da água. Segundo ele, só 12% da utilização da água no Ceará é feita para abastecimento doméstico, não sendo o ponto central do desperdício de água, e sim os 66% que vão para o agronegócio.
Abastecimento humano
"Claro que as pessoas devem estar conscientes, mas esse não é o ponto central, porque não é a maior fatia do consumo de água, e sim o agronegócio. Inclusive, está na Lei de Recursos Hídricos, que a prioridade, em tempos de crise, é o abastecimento humano", reforçou.
O socialista criticou ainda a assinatura de protocolo de intenções feita pelo governador Camilo para a construção de mais uma termoelétrica. "O erro de planejamento econômico foi o governo ter atraído a termelétrica e a siderúrgica", criticou Roseno, opositor da gestão.