Em 2012, o presidente estadual do PPL, André Ramos, foi candidato a prefeito de Fortaleza, mas neste ano deve apoiar a reeleição de Roberto Cláudio
( FOTO: JL ROSA )
Conhecidos por nanicos, partidos políticos menores vão servir, novamente, de apoio para candidaturas majoritárias em muitos municípios do Ceará, inclusive na Capital. Enquanto partidos com densidade eleitoral mais expressiva estão tratando de alianças para decidir quem vai disputar a eleição majoritária em determinados municípios, aos pequenos resta se coligar para alcançar pelo menos um nome para os legislativo municipais.
Presidentes de algumas das "siglas de aluguel" dizem que não há como disputar um pleito em condições iguais de competição. Reclamam ainda que os partidos detentores da máquina pública têm algo a oferecer a seus filiados. O PSDC, segundo o presidente estadual Ely Aguiar, pode até perder seus dois nomes na Câmara Municipal de Fortaleza, os vereadores Tamara Holanda e Vaidon Oliveira, que devem se filiar a outras legendas.
Dificuldades
O dirigente acredita que, com 35 legendas no País, todas terão dificuldades para arregimentar pessoas, já que muitos deixaram os grêmios para ingressar em outros com maiores possibilidades de êxito. "Não existe outra solução que não se coligar com outros partidos, mas só com pequenos, para a proporcional", disse Ely Aguiar. A estratégia de muitos presidentes de partidos será a mesma de 2012: aliança entre os pequenos para fazer o maior número de vereadores.
"Os partidos pequenos, às vezes, têm dificuldades de ter um certo número de filiados porque não têm nada a oferecer. Outros partidos ditos grandes têm a Prefeitura, o Governo, tem a máquina", alega o dirigente do PSDC. Em Fortaleza, o partido apoia o prefeito Roberto Cláudio, mas se ressente de certa falta de prestígio dada pelo gestor à legenda.
No PTN, a intenção é aumentar a participação no Legislativo, deixando o Executivo em segundo plano. A senha é investir em coligações na disputa proporcional e se aliar para a majoritária, mas sem encabeçar a chapa. O presidente da legenda, Toinho do Chapéu, disse que pretende apoiar candidatura majoritária para, em seguida, participar da gestão. A tendência da legenda é apoiar a candidatura à reeleição do prefeito Roberto Cláudio.
O partido possui 52 vereadores em todo o Estado, mas também teme perder nomes. A sigla até tem interesse em lançar candidatura própria em alguns municípios cearenses, mas, de acordo com seu presidente, citando experiência própria, há dificuldade em manter a agremiação unida nesse propósito. "Eu já tenho experiência pelo que aconteceu na eleição passada, quando tínhamos 15 candidatos e na hora eles fecharam acordo com outros. Mas agora não vou acreditar em falácias", destaca.
Reuniões
O secretário-geral do PTC, Roberto Lima, reconhece que há interesse das legendas pequenas em participar de coligações apenas para apoiar candidaturas majoritárias na tentativa de se manter vivo no legislativo. "É realmente difícil para um partido pequeno sobreviver. Não temos sequer uma sede e fazemos reuniões na minha casa", disse.
O partido, com 30 vereadores em todo o Estado, não tem nenhum prefeito ou vice e almeja, em 2016, dobrar o número de vereadores. Caucaia, Palmácia e Potengi devem ter candidaturas majoritárias pela sigla, mas segundo Lima, gastos com a campanha dos pretensos candidatos serão com recursos próprios.
Em Fortaleza, o partido praticamente já fechou apoio ao atual prefeito e, no Interior, somente após as convenções terá algo de concreto. "Onde houver probabilidade de ir só, nossos candidatos a vereador vão só e onde pudermos ir juntos, vamos coligar. Mas vamos coligar com partidos do mesmo tamanho para não sermos engolidos".
O PPL segue o mesmo rumo e tem como meta em Fortaleza fazer representantes no parlamento, diz o dirigente André Ramos. Ainda que o partido discuta a hipótese de candidato próprio na Capital, a tendência é que caminhe com o prefeito Roberto Cláudio. O grêmio tenta viabilizar quatro candidaturas majoritárias no Interior: Irauçuba, Pentecoste, Sobral e Pacatuba.