O presidente estadual da sigla, Eunício Oliveira, disse que o momento não é de retaliação, mas de convencer os "pouquíssimos" dissidentes
FOTO: LUCAS DE MENEZES
Minimizando os efeitos da dissidência no PMDB após o rompimento da aliança com o PT em Fortaleza, o presidente estadual peemedebista, senador Eunício Oliveira, afirma que o momento não é de retaliação ou represálias, mas de fazer um trabalho interno na agremiação com o propósito de convencer os "pouquíssimos" filiados que adotaram uma postura divergente do partido a respeito das eleições deste ano na Capital.
Tendo indicado o vice da chapa encabeçada pelo candidato Roberto Cláudio (PSB), o PMDB, segundo Eunício, tem participado ativamente da campanha eleitoral, com ele e o vice Gaudêncio Lucena realizando constantemente visitas aos bairros e reuniões com segmentos da sociedade. Sem fazer críticas diretas à administração de Luizianne Lins (PT), Eunício voltou a dizer que o PMDB defende um novo projeto para a cidade, destacando problemas que a Capital enfrenta.
A manutenção ou não da aliança entre PSB, PT e PMDB gerou impasse no período pré-eleitoral, cenário que refletiu dentro do próprio PMDB. Após a decisão de se coligar com o PSB, algumas lideranças adotaram postura contrária à do partido. Um exemplo é o caso do vereador Carlos Mesquita.
Estratégia
Com a campanha eleitoral em curso, Eunício diz apostar em uma estratégia de convencimento, mostrando aos dissidentes que, para além da questão partidária, a agremiação está apoiando um novo projeto para a cidade. "Eu podia negar legenda, retaliar, tirar da televisão. Mas absolutamente não farei nada disso porque não é o meu estilo. Não posso impor isso às pessoas de forma ditatorial. O que haverá é um trabalho de convencimento desses pouquíssimos companheiros", afirma.
Eunício afirma que a aliança nacional com o PT está mantida. No entanto, justifica que, no caso de Fortaleza, o projeto defendido pelo PMDB em 2008, em parceria com o PT, não foi seguido. "Se, no caminho, o projeto que fui defender nas ruas não foi aplicado completamente pelo gestor, eu tenho o direito de mudar o projeto, como queríamos, ou apoiar um novo projeto, como estamos fazendo", justifica.
O senador fez questão de salientar não ter nada pessoal contra a prefeita Luizianne Lins. "Inclusive, a orientação do partido é que não haja nenhum tipo de perseguição do ponto de vista administrativo. Aquilo que for bom para a cidade nós vamos apoiar na Câmara Municipal", garantiu. Alguns vereadores do PMDB têm declarado que não deverão adotar um discurso crítico no Legislativo municipal, inclusive por conta da possibilidade de uma aliança com o PT em um eventual segundo turno.
Em entrevista, Eunício Oliveira disse que a intenção do seu partido é fazer ruma campanha altiva e propositiva. "Uma coisa que venho batendo é que a gente não responda às críticas de forma muito veemente", afirmou.
Segundo Eunício, o PMDB está completamente integrado na campanha de Roberto Cláudio. Ele diz que a agremiação se sente contemplada por ter sido escolhida pelos partidos aliados para indicar o vice e, por isso, está "dando tudo de si" na campanha para viabilizar um novo projeto para Fortaleza. Ele ressaltou ainda que a propaganda na TV será fundamental para tornar os candidatos conhecidos. "Estamos lançando candidatos jovens, sem os vícios da política, mas muito bem capacitados".
Sem fazer críticas diretas à administração de Luizianne, Eunício salientou que Fortaleza enfrenta problemas sérios na saúde, educação e mobilidade urbana, acrescentando que falta melhoria à segurança. Questionado sobre o fato de a área de segurança ser atribuição do Estado, cuja atual gestão é apoiada pelo PMDB, Eunício explicou: "Não estou transferindo para o município a questão da segurança pública, mas dizendo que tem que haver uma aliança, uma integração da Guarda Municipal com a Polícia para que as pessoas tenham a segurança do patrimônio e a do ir e vir".