A dissolução do bloco PT-PSB na Assembleia Legislativa, conforme foi noticiado pelo Diário do Nordeste no último sábado, como resultado da cobertura dos trabalhos da Assembleia, no dia anterior, pode demorar mais do que os deputados petistas estavam prevendo. A ideia deles era desfazer o bloco no início desta semana, mas não será possível, pois o deputado Dedé Teixeira (PT) está de viagem a Portugal e só retorna no fim da semana. A bancada petista na Casa é formada por apenas três deputados, além de Dedé Teixeira, Antônio Carlos e Rachel Marques, sem contar com os três outros deputados estaduais que estão no exercício das secretarias das Cidades, Cultura e Desenvolvimento Agrário do Governo do Estado, respectivamente Camilo Santana, Professor Pinheiro e Nelson Martins. Para o bloco ser desfeito é preciso enviar um requerimento à Mesa Diretora da Casa. É o que dita o Regimento Interno em seu artigo 113, tratando sobre as representações partidárias ou de blocos parlamentares. No parágrafo segundo do artigo 113, está posto que: "a escolha do líder será comunicada à Mesa, no início de cada Legislatura ou após a formação do Bloco Parlamentar, em documento subscrito pela maioria absoluta dos integrantes da representação". Por enquanto, nem PT nem PSB decidiram quem será o líder de cada bancada, após o bloco ser desfeito. O deputado Antônio Carlos (PT), já colocou seu nome à disposição para liderar a bancada do Partido dos Trabalhadores. A deputada Rachel Marques (PT), por sua vez abriu mão do cargo, em virtude da dedicação que dará a campanha do marido, Ilário Marques (PT), à Prefeitura de Quixadá. Anunciar Tanto Rachel Marques quanto Antônio Carlos, afirmam ser necessário falar com Dedé Teixeira antes de tomar qualquer decisão sobre o assunto, seja de apresentar o requerimento à Mesa Diretora dando ciência da dissolução do bloco, seja para anunciar o líder e vice-líder da bancada. O deputado Welington Landim (PSB), líder do bloco PT-PSB, entende ser necessário uma reunião para decidir quem, a partir de agora, irá liderar o PSB na Assembleia, deixando claro que, sozinho, jamais poderia tomar essa iniciativa. No seu entendimento, está claro o motivo do PT ter decidido desfazer o bloco com o PSB na Assembleia, porque seu partido optou em não apoiar Elmano de Freitas (PT) para a Prefeitura de Fortaleza e resolveu lançar candidato próprio, o deputado Roberto Cláudio (PSB). Landim disse esperar ainda que a proporcionalidade de deputados nas comissões técnicas, que leva em consideração o número de parlamentares de cada bancada e bloco, seja obedecida. "Quando Antônio Carlos era líder do Governo tinha assento em quase todas as comissões. Não vai ter mais. Ele não veio aqui (Assembleia) só para defender o PT? Então que defenda só o PT", disparou. Antônio Carlos argumenta que PCdoB e PDT, por exemplo, são apoiadores do Governo e nem por isso há a mesma cobrança. Ele alega que não há como PT e PSB estarem em palanques separados na eleição, em Fortaleza, e o bloco, que tem como líder um deputado do PSB, vir fazer qualquer defesa ao PT quando o partido receber críticas por conta do período eleitoral. O fato de o PT ter um líder lhe dará alguns benefícios como usar da palavra, pela ordem, em qualquer momento da sessão, para comunicação urgente e outras ações.