Polarização
Por qualquer ângulo de análise sobre a campanha eleitoral deste ano, no campo da sucessão da prefeita Luizianne Lins, a direção apontada é a da polarização entre os candidatos do PSB e do PT, apoiados, respectivamente pelo governador do Estado e pela prefeita da Capital, não apenas pelo fato de serem os expoentes dos dois principais partidos organizados no Estado, mas, também, pela visível falta de estrutura dos outros grêmios ditos como de oposição aos dois governantes.
Melhor seria para o fortalezense houvesse aqui uma oposição com estrutura sólida, com pessoas e discursos capazes de se mostrarem como outras opções, despertando o interesse do eleitorado a fazer comparações sobre as suas propostas a serem apresentadas no curso da campanha, com as dos governistas, cujos discursos estarão focados nos modelos de gestão na esfera estadual e municipal, por sinal, o centro das divergências que motivaram o rompimento da aliança.
É talvez, a presente campanha, a mais desvantajosa para os oposicionistas da Capital. O duelo entre os gestores das duas principais máquinas da administração pública do Estado, Governo e Prefeitura da Capital, só dificulta mais ainda a nossa já combalida oposição.
Heitor Férrer pelo PDT, e Marcos Cals representando o PSDB, de fato serão os principais oposicionistas em razão de estar Inácio Arruda com as amarras de ainda ser aliado de Cid Gomes, e de ter participado da gestão de Luizianne Lins, até o momento de realmente se lançar candidato. Inácio não será bem visto ao condenar os modelos de gestão hoje implantados por PSB e PT.
Marcos e Heitor, sim, poderão ser mais desenvoltos e realmente sugerirem algo novo. Mas é infinitamente pequeno o espaço que ocuparão para tal. Além do mais, se reúnem uma das três condições indispensáveis para o sucesso de uma eleição majoritária - bom nome, estrutura partidária e recursos pecuniários, são muito carentes dessas duas últimas. O PSDB hoje é muito pequeno e o PDT não cresceu o suficiente para garantir as condições imprescindíveis para ter um nome na disputa real.
Merecida
A Assembleia Legislativa cearense, hoje, faz uma sessão solene para entregar a Medalha 13 de Maio ao ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha. Ele, recentemente completou 20 anos de ingresso no STJ e foi homenageado com a aposição de sua foto na galeria de ex-presidentes daquela Corte Superior da Justiça Brasileira. Um evento dos mais concorridos, não só pela participação dos seus colegas ministros da Casa e do Supremo Tribunal Federal, como também a presença do governador Cid Gomes, do presidente do Congresso Nacional, dos senadores e deputados federais cearenses, do procurador Geral da República, dentre outras personalidades da magistratura, Ministério Público e da administração pública brasileira. O evento de hoje, no Ceará, proposto pelo deputado Welington Landim, é mais um gesto de reconhecimento dos serviços prestados à Justiça brasileira, nos vários cargos pelos quais já passou o ilustre magistrado cearense, desde a presidência do STJ, Corregedor do Conselho Nacional de Justiça, da Justiça Eleitoral e Federal, dentre outros.
Oposição
Ontem, muito cedo logo, era dada como certa a indicação do deputado Roberto Cláudio como candidato do PSB à Prefeitura da Capital cearense, embora corresse a notícia de que os dirigentes dos partidos aliados, convocados para a reunião da noite passada para opinar sobre a escolha do nome, estivessem sendo assediados, inclusive por pessoas de fora do PSB, para defenderem esse ou aquele nome. Na Assembleia, todos torciam pelo nome de Roberto e para lá acorreram, nas últimas 48 horas, não só o presidente do diretório municipal do PSB, Karlo Kardoso, como alguns dos dirigentes de partidos que votarão no candidato do PSB, além dos curiosos sobre assuntos da política local, embora o próprio Roberto Cláudio tenha mantido certa discrição em todas as suas conversas tornadas públicas.
Edison Silva escreveu a coluna