A deputada Mirian Sobreira defende que, a cada ano, o Governo precisa aumentar a aplicação de recursos na prevenção e combate à doença
FOTO: JOSÉ LEOMAR
Grupo da Uece que está desenvolvendo a vacina contra a dengue ainda precisa de estrutura para testes e fabricação
A deputada Miriam Sobreira (PSB) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa ontem, para pedir apoio do Governo do Estado a uma vacina destinada ao combate da dengue, que está sendo desenvolvida na Universidade Estadual do Ceará (Uece). A ajuda, esclarece a parlamentar, é para que a vacina chegue ao mercado e, gradativamente, possa diminuir os casos da doença.
De acordo com a parlamentar, a vacina está sendo elaborada por uma equipe de pesquisadores liderada pela farmacêutica Maria Isabel Florindo Guedes. De acordo com Mirian Sobreira, há 15 anos esse trabalho vem sendo feito. O grupo, informa, estuda a produção da vacina usando o feijão de corda, mas precisa de estrutura para realizar o teste em humanos e fabricar o defensivo em larga escala.
A deputada deixa claro que o investimento para a produção da vacina é alto, mas pode ser a solução para a epidemia de dengue que atinge o Ceará, especialmente Fortaleza, que, conforme Miriam Sobreira, é a segunda cidade do País com maior índice de notificações, perdendo apenas para o Rio de Janeiro.
Confirmados
Para se ter uma ideia, afirma, em uma semana foram confirmados 2682 casos de dengue em 123 municípios do Ceará. Somente em Fortaleza, garante, foram 2.213 casos. "A dengue realmente explodiu em Fortaleza a ponto do Ministério Público realizar uma audiência para discutir a situação da dengue na Capital e no Estado", disse.
Na ocasião, salienta a deputada, foi assinado termo de compromisso prevendo a ampliação do atendimento em 17 unidades de saúde em Fortaleza, a ampliação no número de exames e a contratação de médicos.
Gravidade
Enquanto isso, pontua, o combate ao mosquito está intensificado com o carro de fumacê que está contaminando o meio ambiente e mesmo com as ações educativas, analisa, as pessoas ainda não despertaram para a gravidade do problema. "O Estado precisa destinar mais recursos para ações de prevenção e de controle ao mosquito, além de atendimento aos doentes e, mesmo assim, vivemos uma situação preocupante", frisou.
De acordo com Mirian Sobreira, no ano passado, foram notificados 71.329 casos suspeitos e 34.649 confirmados no Ceará. Para ela, a dengue é um desafio para as autoridades de saúde pública no Brasil.