A seca enfrentada pelo Ceará há pelo menos quatro anos voltou ao debate durante a sessão de ontem na Assembleia Legislativa. Os parlamentares defenderam medidas permanentes para garantir a convivência, especialmente dos sertanejos, com a região do semiárido. O deputado Leonardo Araújo (PMDB) afirmou que ações precisam ser realizadas não apenas no período com escassez de chuvas, mas durante o ano inteiro. "No perímetro irrigado do Vale do Jaguaribe, não temos produtividade necessária por falta de investimentos públicos e de políticas concretas", avaliou. Segundo Leonardo, a situação nas regiões dos Inhamuns e Jaguaribe chegou ao estado de calamidade. Ele afirmou ter participado de audiência pública para debater o assunto na cidade de Morada Nova, onde acompanhou da população. "Pude presenciar crianças se alimentando com fubá, porque não tem alimentos", relatou. Aderlânia Noronha (SD) contou que em Parambu, para amenizar a situação, a Prefeitura perfurou 100 poços nas zonas urbana e rural, mas em muitos locais não foi localizada água. "Como o Inhamuns é a região mais seca e sofrida do Estado, o Executivo deveria olhar com mais cuidado para essa região", analisou. Com o relato da deputada, Danniel Oliveira (PMDB) lamentou que as prefeituras tenham "que se virar" para garantir água. "Foi dito que o Cinturão das Águas iria resolver o problema de abastecimento, o que não aconteceu", ressaltou. Máquinas Danniel citou um projeto que está no gabinete do governador que determina o deslocamento das máquinas perfuratrizes em todas as regiões do Estado para que, ao longo do ano, cavem os poços necessários. O peemedebista Agenor Neto informou aos demais que quando ainda estava à frente da Prefeitura de Iguatu enviou ao governo projeto de abastecimento dentro do Programa Água Para Todos, mas nada foi feito, alegou. Em outubro, comitiva cearense formada por políticos e técnicos desembarcou em Tel Aviv, capital de Israel, para participar da Conferência Internacional sobre Tecnologias da Água e Controle Ambiental. Segundo Odilon Aguiar, a experiência adquirida pela comitiva em Israel, país que convive com clima desértico, vai servir para que o governador Camilo Santana promova ações para minimizar o sofrimento do sertanejo. "O governador está aberto a novas tecnologias. Precisamos debater novas soluções para a seca do nosso Estado para podermos superar as dificuldades de acesso à água", pontuou.