A Câmara Municipal de Fortaleza instalou ontem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades cometidas pela Companhia Energética do Ceará (Coelce).
LEIA TAMBÉMCPI da Coelce teve série de problemasA instalação, requerida pelo vereador Joaquim Rocha (PV), foi feita ainda na gestão de Walter Cavalcante (PMDB), hoje, deputado estadual, na presidência da Casa. A criação da comissão foi anunciada pelo presidente da Câmara, Salmito Filho (Pros).
De acordo com Rocha, a CPI vai apurar “inúmeras reclamações que consumidores (da Coelce) fizeram”, como falta de compromisso com os clientes e demora na expansão da rede elétrica. “A Coelce tem prazos a cumprir”, disse. Procurada pelo O POVO, a empresa informou que só se pronunciaria quando fosse notificada.
Segundo o presidente Câmara, apenas o Pros ainda não indicou seu representante para o colegiado. “Acredito que isso deve acontecer o mais rápido possível. No mais tardar, até terça”, declarou Salmito.
Até agora, integram a comissão Deodato Ramalho (PT), Eulógio Neto (PSC), Bá (PTC), João Alfredo (Psol), Luciram Girão (PMDB) e Joaquim Rocha, que, por ser autor do requerimento, assumirá a relatoria do colegiado.
Na primeira reunião, a CPI escolherá seu presidente. Depois disso, terá 120 dias para concluir suas investigações, prorrogáveis por mais 60.
Reajuste
A Coelce voltou ao centro das discussões do Legislativo municipal no primeiro semestre deste ano, principalmente em virtude dos reajustes autorizados pelo governo federal. O vereador Robert Burns (PTC), que assumiu após a renúncia de Antonio Farias de Souza (“A Onde É”), chegou a propor também a instalação de CPI. Ele até conseguiu as assinaturas necessárias, mas seus colegas acabaram retirando o apoio depois. No requerimento, Burns afirmava que o repasse integral dos custos para os consumidores não se justificava. Segundo ele, a Coelce comprava energia ao preço de R$ 94,40/MWh e revendia a R$ 160,13/MWh.
Ontem, o vereador voltou a defender a investigação. Para Burns, enquanto o País vive uma crise econômica, a empresa obteve lucro de 146%. “A Coelce não pode continuar a tomar dinheiro do nosso povo. Nós, cidadãos de Fortaleza, pagamos a expansão da companhia. Quem tem que pagar é ela, não o povo”, critica.
Saiba mais
Vereadores que assinaram o pedido de CPI da Coelce
Acrísio Sena (PT - licenciado para assumir posto de assessor especial para acolhimento de movimento sociais, no governo do Estado);
Alípio Rodrigues (PTN);
Antônio Henrique (Pros);
Bá (PTC);
Capitão Wagner (PR - renunciou para assumir posto de deputado estadual);
Carlos Dutra (Pros);
Deodato Ramalho (PT);
Eulógio Neto (PSC);
Fábio Braga (PTN);
Iraguassu Teixeira (PDT);
João Alfredo (Psol);
Joaquim Rocha (PV);
John Monteiro (PTdoB);
Mairton Félix (DEM);
Márcio Cruz (Pros);
Paulo Diógenes (PSD);
Ronivaldo Maia (PT);
Toinha Rocha (Psol);
Vaidon Oliveira (PSDC);
Vitor Valim (PMDB - renunciou para assumir posto de deputado federal); Wellington Sabóia (PSC)