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Quarta, 22 Julho 2015 05:27

"Não foi esse o governo que eu elegi", diz petista Paulo Paim

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  Enquanto alguns culpam o Partido dos Trabalhadores pela intensa crise vivida pelo Brasil, a complicada situação nacional gera instabilidade na sigla. A insatisfação com a legenda tem levado petistas históricos a ameaçarem deixá-la. É o caso do senador Paulo Paim (PT-RS), filiado há 30 anos, que “se deu” o prazo até o final do ano para decidir seu destino. Paim exerceu quatro mandatos como deputado federal até ser eleito para o Senado, onde está desde 2003. Desde o início deste ano, o parlamentar não esconde descontentamento com o governo sobre as medidas de ajuste fiscal propostas, principalmente as que envolveram alteração de direitos trabalhistas. Em visita a Fortaleza para audiência pública, na Assembleia Legislativa, que debateu o projeto que estabelece terceirização para atividades-fim, o senador conversou com O POVO. Paim falou sobre a possibilidade de deixar o partido, as crises política e econômica, além dos polêmicos projetos da terceirização e da reforma política. Confira os principais trechos da entrevista. O POVO - O senhor está no PT há 30 anos, é um nome histórico no partido, mas ultimamente vem tendo desencontros com ele. O que o está desagradando? Paulo Paim - Nós ganhamos as eleições e, antes do fim do ano, a presidente Dilma encaminha duas medidas provisórias (MPs) ao Congresso que retiram direitos dos trabalhadores. Ali, houve a primeira discordância, não foi esse o governo que eu elegi. Esse arrocho fiscal e social, impostos pelo (Joaquim) Levy (ministro da Fazenda), taxa dos juros disparando, desemprego aumentado, enfim, é só descalabro todos os dias. Tudo isso me deixou numa situação muito desconfortável, e eu comecei a dizer que nesses projetos eu não votaria. Houve quem dissesse “se não quer votar com o Governo, saia”. Então eu digo: ou ele muda, ou eu mudo. Eu me dei até o fim do ano para ver se vai haver essa mudança, se o PT vai voltar para os trilhos. Ou eu vou me entrincheirar em outro espaço onde eu possa continuar defendendo as propostas que sempre defendi. Eu não vou votar contra o trabalhador, não vou votar contra aposentado, não vou abrir mão dos meus sonhos. OP- Alguma sigla já convidou o senhor? Paim - Todas, todas. Os partidos mais à esquerda e mais ao centro também. Eu vejo isso com satisfação. OP - Existe algum partido com o qual o senhor se identifique mais? Paim - Não, hoje eu tenho dialogado com todos. Eu não tenho feito nenhuma discriminação a nenhum segmento. OP- Nesses 30 anos em que o senhor está no PT, ele já mudou muito. Existe alguma mudança que considera ruim? Paim - Sim, principalmente o que nós estamos fazendo agora, e isso está me deixando indignado. Prefiro começar tudo de novo, mas ficar com aquilo que defendemos ao longo da nossa história. O que mais diferencia o homem público daquele político tradicional, comum, de uma política velha, atrasada, é a coerência. Não fazer a política do “dando que se recebe”. Isso é inadmissível, e aqui no Brasil é assim. Quem ganha emenda de orçamento, quem tem cargo no governo, vota com o governo. Isso é uma política atrasada, obsoleta. Nós temos que fazer política em cima de causas, e causas que embalam as nossas vidas e nos dão energia pra sobreviver, e, não, trocando figurinhas como coisa de moleque. Eu não tenho cargo no governo nem quero ter. Não estou reclamando, porque não faço política assim. Eu não fico nos ministérios chorando “me libera uma emenda”, não, porque eu tenho minha total independência. OP- Hoje, o PT vive uma crise política interna e externa. Como sair dessa crise? Paim - Há uma crise política, hoje, no País, não dá para negar. Veja a questão do Executivo e Legislativo, quando o presidente da Câmara, (Eduardo Cunha, PMDB-RJ), disse que é oposição ao governo. O presidente de uma Casa pode ter uma posição pessoal dele, mas, como presidente, tem que manter a harmonia dos poderes e colaborar nesse sentido. Não quer dizer que o partido dele não tenha outra posição, e o partido dele é governo. Eu não estou acusando, só mostrando as contradições. Denúncias de corrupção abrangem 90% dos partidos e o grande empresariado também. É nessa crise que eu defendo uma composição diferenciada. Uns falam em frente ampla de esquerda, eu não vejo isso. Nós temos que pensar numa grande frente plural, intersindical, interpartidária, para refletir a situação que País está e ter propostas que vão na linha de recuperar o País. OP - Como o senhor avalia esse projeto da reforma política que está sendo votado? Como acha que deveria ser, de fato, essa reforma? Paim - Eu estou muito preocupado com a ideia que está vindo da Câmara dos Deputados, principalmente, a coisa mais grave pra mim, é o financiamento privado de campanha. Isso é a corrupção escancarada! Para mim, tem que ter limite de, por exemplo, mil reais, um salário mínimo, e só por pessoa física, e não jurídica. As campanhas não podem ser tão caras, elas têm de ser no campo das ideias, não esses programas eleitorais bilionários que são pura ilusão de ótica. Não permitir essas coligações de forma desonrada, maluca, de partidos que não têm nada a ver uma coisa com a outra. É isso que precisamos mudar no Brasil, ter uma forma diferente de fazer política
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