Muitas vezes acusadas de "partidos de aluguel", as pequenas legendas, nos últimos anos, aproveitaram-se do modelo eleitoral vigente para tentar sobreviver. A cada pleito, se unem em grandes coligações visando à permanência na política nacional. Porém, presidentes dessas siglas discordam da ideia de que atuam só como "cabide de emprego" nas gestões e sustentam que os grêmios têm ideologia partidária.
Neste ano, muitas agremiações foram cooptadas a defender um dos candidatos em questão. O PV, por exemplo, apoiou a candidatura de Camilo Santana (PT), apoiado pelo Governo Cid Gomes, gestão criticada pelo PV nos últimos anos, inclusive na Assembleia Legislativa.
O Solidariedade inicialmente apoiou o petista, mas, após o início da campanha, aliou-se a Eunício Oliveira (PMDB). O PSC estava coligado no primeiro turno com o peemedebista e no segundo apoiou Camilo. A união de muitas siglas pequenas em torno de uma candidatura majoritária almeja garantir mais tempo de rádio e TV. Em troca, o postulante se compromete em atender exigências dos aliados.
Dirigente do PPL no Ceará, André Ramos alega que o partido não busca apenas cargos no governo e diz que a discussão sobre participação na gestão existe, mas não como tema central. "Não existe acordo explícito ou previamente discutido, mas o partido, apesar de novo, tem quadros bons que podem contribuir na gestão", salientou.
Determinação nacional
O PSC, apesar de ser o 11º maior partido do País, não tem grande força política no Ceará. O presidente da sigla, Wellington Saboia, disse que só apoiou Eunício Oliveira por uma determinação nacional. No segundo turno, o presidenciável Pastor Everaldo liberou os dirigentes.
Tin Gomes, presidente do PHS, sinalizou que o partido não tinha representação na Câmara Federal, o que dificultava alguns posicionamentos, e agora, com cinco federais, terá mais participação financeira e liberdade para tratar de alguns temas.
Haroldo Abreu, do PTdoB, diz que "a pior coisa do mundo" são as coligações, porque mantêm os "partidos nanicos". "A coligação é tão efêmera que, quando passam as eleições, o candidato vai para o outro lado, porque não há identificação ideológica com o projeto", ataca.
O presidente do PV, Marcelo Silva, criticou a facilidade para a criação de partidos. "A gente sabe que existe muita prostituição nisso daí. Têm aqueles que pedem dinheiro para se coligar e acredito que alguns partidos se vendem". Toinho do Chapéu, do PTN, justifica que, quando o partido não faz parte da gestão, tem dificuldades de sobrevivência.