O descalabro, a boa notícia e o rumo da segurança A semana traz indicadores que despertam impressões contraditórias sobre para onde caminha a segurança pública no Ceará. Ontem, a nova versão do Anuário da Segurança Pública mostrou que o Estado chegou à segunda colocação no País em taxa de homicídios. Apenas em Alagoas se mata mais. Em 2012, o Estado estava em terceiro, empatado com a Bahia. O Governo do Estado faz o discurso, e o governador eleito Camilo Santana (PT) repetiu na campanha, de que o problema é nacional. Mas, vejamos. De 2012 para 2013, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes em todo o Brasil caiu de 25,9 para 25,2. Variação de -2,6%. No Ceará, houve crescimento de 41,5 para 48,3 entre 2012 e 2013. Aumento de 16,5%. Ou seja, há queda na quantidade de assassinatos no País e crescimento no Estado. Na Bahia, que estava empatada com o Ceará, a queda foi de 12,9%. O problema não é, obviamente, localizado. Além do Ceará, houve 13 estados em que a taxa de homicídios subiu. Porém, tampouco a crise é generalizada: em 14 estados, o índice caiu. Em 2013, a taxa estadual foi quase o dobro da brasileira. O número global de ocorrências também cresceu: 16%. Só no Rio Grande do Norte e em Roraima houve crescimento maior. Esses números, há de se considerar, referem-se a 2013. Os dados mais recentes, da Secretaria da Segurança Pública, sinalizam que pode ter mesmo consistência um princípio de redução da criminalidade no Ceará. E, pelo terceiro mês consecutivo, houve queda do número de homicídios em relação ao mesmo período de 2013. Há uma mudança de tendência. Nos sete primeiros meses do ano, houvera crescimento. Em alguns casos, crescimento grande. Em abril, 18%. Em fevereiro, 28%. Pelos dados até outubro, a média mensal de homicídios em 2014 no Ceará segue maior que a de 2013. Como esperança, o fato de haver inversão de tendência.