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Quarta, 15 Outubro 2014 06:47

Coluna Política

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  Crise política e conflito de autoridade Preocupante a situação que envolve o policiamento das eleições no Ceará. Desdobramento que é da crise de autoridade – nunca resolvida de fato, ao que se vê – que vem desde 2012 na Polícia Militar. O pedido de envio de tropas federais se revela necessário, uma vez que o próprio governador Cid Gomes afirmou haver uma milícia que começa a assumir o controle desses órgãos. Durante algumas horas do dia da eleição, Cid permaneceu na delegacia de Sobral, decidido a “soltar” vereador acusado de crime eleitoral. Houve essa e muitas outras acusações de abusos do policiamento contra apoiadores de Camilo Santana (PT). Postura essa registrada em vídeo que mostra a abordagem contra advogada que iria prestar atendimento a cliente, também detido no dia do 1º turno, tratada com extrema truculência. Diante da tensão entre policiais e o governo que – em tese – os comanda, houve determinação da cúpula da Segurança Pública para que viaturas permanecessem paradas no dia do 1º turno, em determinados locais, até serem acionadas pela Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops). A postura prejudicou a repressão à boca de urna e à compra de votos. O Ministério Público reclamou, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) se reuniu extraordinariamente e chamou o secretário da Segurança, Servilho Paiva. Diante da cobrança, as viaturas voltaram a circular. Mas aí já tinha passado quase todo o período de votação. No fim da mesma semana, foi exonerado o controlador-geral da Segurança, Santiago Amaral. A justificativa oficial aponta que ele não teria punido militares que declararam apoio a candidatos, apesar da proibição legal de se envolverem em política partidária. A RAIZ DA CRISEO elemento central da crise é a presença de Capitão Wagner (PR) na coligação de Eunício Oliveira (PMDB). O deputado estadual mais votado da história do Ceará é apontado como fator que desestabiliza a postura da Polícia e coloca setores a serviço do peemedebista. Desde 2013, denúncias partem dos Ferreira Gomes de que o capitão da Polícia seria chefe de milícia instaurada dentro da corporação. Acusação gravíssima. Se verdadeira, significa que um vereador de Fortaleza, eleito para a Assembleia com votação histórica, estaria a frente de grupo criminoso dentro do aparato de segurança. Um escândalo, se comprovado, dos maiores da história cearense. Porém, mais de ano desde as primeiras acusações, já era tempo de o governo apresentar resultado de investigações a esse respeito. Não cabe a quem está à frente do Estado simplesmente fazer declarações, sem apresentar provas e sem medidas punitivas. E há de se ressaltar que, em 2013, o próprio Wagner recolheu assinaturas para Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal, que teria como objeto de investigação o próprio vereador. Na Assembleia, a oposição também propôs CPI para investigar se haveria milícia. Ambas abortadas pela base governista. Ora, se não deixa investigar nem apresenta investigações próprias, não é razoável, não é correto que expoentes do governo façam acusações dessa gravidade contra opositores. Fica parecendo algo que transita entre futrica política e incapacidade da gestão de resolver problema de tamanha gravidade dentro de sua estrutura. A CONSTRUÇÃO DE WAGNERWagner foi o líder da paralisação da PM, na virada de 2011 para 2012, que deixou a cidade em pânico, fechou o comércio e suspendeu serviços. A autoridade do governo sobre a Polícia foi rompida e jamais reparada a contento. Daquele movimento – extremamente discutível na forma e nos métodos, independentemente do quão justas fossem as reivindicações – Wagner saiu como um dos líderes mais poderosos da política cearense. A ascendência sobre uma categoria é talvez inédita. Em 2010, teve 28.818 votos para deputado estadual. Foi o 55º mais votado, suplente da coligação PR/PPS. Após a greve de 2012, foi o vereador mais votado da história de Fortaleza, com 43.655 votos. Cresceu simultaneamente aos índices de homicídios, que vinham em alta há mais de década, mas dispararam a partir de 2012. Na última eleição, novo recorde. Sua projeção é proporcional à forma como o clã Ferreira Gomes o destaca como inimigo preferencial. As acusações que fazem são graves, mas, vagas e sem provas, apenas o fortalecem e irritam ainda mais os policiais. ADESÃO EM ÁREAS ESTRATÉGICASUma das surpresas das últimas eleições foi Naumi Amorim (PSL), deputado estadual mais votado em Caucaia, derrotando o clã Arruda. Seu partido está na coligação de Camilo, mas ele não se sentiu acolhido na aliança e teve rejeitados pleitos seus relacionados a estrutura. Subestimado pelos governistas, foi atraído pelo deputado Genecias Noronha (SD) ao palanque de Eunício. No segundo turno, foi procurado pelo deputado federal Domingos Neto (Pros). Os dois são parentes e conterrâneos de Tauá, embora Naumi tenha vida empresarial em Caucaia. Domingos levou o deputado eleito pelo PSL ao governador Cid Gomes e a Camilo. Ontem mesmo, gravou mensagem de apoio ao petista. Além de Caucaia, Naumi teve votações expressivas em Fortaleza, Boa Viagem, Tauá, Quiterianópolis e Parambu, onde Camilo perdeu para Eunício e tenta reverter a desvantagem.
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