Embora os principais candidatos ao governo do Ceará admitam com a proximidade do pleito, que não mudarão sua estratégia de campanha, na prática, já mudaram. Como exemplo, as agendas que ficarão mais extensas a partir de agora. Faltando poucos dias para as eleições, e eles acreditam ser fundamental intensificar o contato com as pessoas. Planejam caminhadas em cidades de todas as regiões cearenses e maior participação em eventos como debates e sabatinas. Aumentar a exposição, no momento em que os eleitores decidem em quem devem votar, é a estratégia de agora em diante.
O petista Camilo Santana e os candidatos de sua coligação têm realizado com maior frequência multieventos, onde têm se dividido, para alcançar o máximo possível de eleitores. Além disso, a participação de aliados na campanha,
também está sendo utilizada mais intensamente em todas as frentes de combate. Diferente das eleições municipais de 2012, o governador Cid Gomes (Pros) não tirou licença e, nos últimos dias, tem se dedicado entre as ações do governo e eventos de apoio a Camilo. O governador aposta no “corpo a corpo” e na conversa com os eleitores nas ruas para fortalecer a campanha. Além dele, outros aliados trabalham em outras frentes.
“O Camilo está se desdobrando. Eu vou para um lado, o Roberto Cláudio (prefeito de Fortaleza) vai pra outro, o Ciro (Gomes) pra outro, para que as pessoas conheçam as propostas de Camilo e os apoios que ele tem. Onde quer que a gente ande, percebemos que há um crescimento da campanha do Camilo”, salienta o governador, admitindo assim que os números empolgam, mas o resultado das pesquisas é um retrato do momento e, por isso, é preciso mais empenho.
Já Eunício Oliveira (PMDB) tem adotado um discurso ainda mais duro. Em algumas entrevistas, chegou a atacar com veemência as decisões do atual governador, como as medidas adotadas na segurança pública e os investimentos no combate à seca. As críticas, segundo informações dos aliados, devem aumentar a partir de agora. O peemedebista também passou a apresentar novas propostas de governo, como “Vida Melhor”, que, caso eleito, funcionará como 13o salário para os beneficiados do Bolsa Família no Ceará e na Saúde, defende a implantação da entrega em domicílio de medicamentos aos diabéticos e hipertensos crônicos, por meio do programa Remédio em Casa.
Neste segundo momento, aliados também são o trunfo da coligação encabeçada por Eunício. Um dos exemplos dessa estratégia é a participação do tucano Tasso Jereissati (PSDB), candidato ao Senado, nas inserções do peemedebista. Apesar disse, a coligação não admite mudanças nas estratégias.
APOIO NACIONAL
Os candidatos também buscam, pelo apoio nacional, angariar mais votos. A postulante Eliane Novais (PSB) pretende aumentar sua votação, expondo o apoio da presidenciável Marina Silva (PSB) que, inclusive, cumpriu agenda no último final de semana no Ceará.
A socialista também subiu o tom com relação às críticas aos seus principais adversários - Camilo Santana e Eunício Oliveira -, inclusive relacionando seus nomes e partidos ao escândalo da Petrobras no seu programa eleitoral no rádio e televisão. O ex-diretor da estatal denunciou o envolvimento de diversos parlamentares em atos de corrupção, e os principais envolvidos são ligados ao PT e PMDB.
CAMPANHA FOCADA
Já Ailton Lopes (Psol), porém, não prevê mudanças. Ele defende que a política é um exercício diário e não apenas a busca de voto no período eleitoral. Os programas de rádio e televisão também não foram renovados. Eles seguem apresentando as bandeiras defendidas pelo partido.
SAIBA MAIS
O clima entre os principais candidatos anda acirrado com direito a disputa por melhores locais entre militantes e notícias “plantadas” por aliados. Na semana passada, militantes de Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB) protagonizaram um confronto por espaço para bandeiraço no bairro Aldeota.