Genecias Noronha durante evento em que declarou apoio a Eunício e Tasso, embora oficialmente esteja na coligação de Camilo Santana
FOTO: LUCAS DE MENEZES
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) negou o pedido feito pelo presidente do pelo Partido Solidariedade (SD), deputado federal Genecias Noronha, para alguns candidatos da agremiação participarem da propaganda eleitoral, no rádio e na televisão, da coligação Para o Ceará Seguir Mudando, encabeçada pelo candidato Camilo Santana (PT).
A reclamação do partido se deu porque praticamente quase todos os candidatos a deputado estadual da sigla e os dois postulantes a deputado federal não estão participando das propagandas eleitorais, embora oficialmente o Solidariedade faça parte da coligação.
Genecias Noronha afirmou que o partido está sofrendo perseguição por não ter aceitado as imposições da coligação proporcional. O Solidariedade, desde o dia 26 de agosto, entrou com ação na Justiça Eleitoral e o relator do processo, o juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) Carlos Henrique Garcia de Oliveira não encontrou qualquer motivação para atender ao pleito dos requerentes.
"Não encontrei razões para reforma da decisão proferida", disse o juiz Carlos Henrique Oliveira no agravo do partido, que foi despachado no dia 1º de setembro passado. No dia 3 de setembro, a Corte julgou o agravo e decidiu: "por unanimidade, conhece do agravo regimental, por tempestivo e próprio, mas para negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator".
Segundo afirmou Noronha, a agremiação já foi totalmente prejudicada e não terá mais como recuperar o tempo perdido com a falta de inserção do programa eleitoral dos candidatos do partido. Somente Lucilvio Girão e Thiago Campelo aparecem no programa, que é veiculado na coligação formada por PRB, PP, PDT, PT, PTB, PSL, PHS, PSD, PCdoB, SD e PROS.
Compromisso
Conforme o dirigente estadual da sigla, isso somente está acontecendo porque os dois acataram a imposição do grupo, que diz respeito à colocação do fundo com as imagens dos candidatos Dilma Rousseff, à Presidência da República; Camilo Santana ao Governo do Estado; Izolda à vice-governadora; e Mauro Filho para o Senado Federal.
"Eles estão fazendo isso como forma de retaliação. Agora eu não entendo isso, porque eles não honram os compromissos e querem punir o partido", declara Genecias, ao afirmar que quase todos os candidatos do Solidariedade não aderiram à campanha de Camilo pelo fato de a coligação não ter respeitado os compromissos propostos em conversas pré-campanha.
"Eles estão prejudicando nossos candidatos quando não passam nossa propaganda. Eu não aceito colocar fundo de Dilma e Mauro Filho. Eu voto no Eunício e no Tasso. Estamos prejudicados porque não tem mais como recuperar o tempo perdido. Temos que pelo menos ter aquele tempo que perdemos de outra forma", apontou.
O Solidariedade oficialmente se coligou com Camilo Santana. Pouco depois da convenção, o presidente do partido resolveu aderir à candidatura de Eunício Oliveira, alegando que os compromissos firmados com o grupo de Camilo não estavam sendo cumpridos. Ele não disse quais eram os compromissos. Dos deputados estaduais, só Lucílvio Girão não acompanhou o partido na adesão a Eunício.
O SD tem sete postulantes ao cargo de deputado estadual no Ceará. São eles: Lucilvio Girão, Fernando Hugo, Thiago Campelo, Odecio, Dilmar, Adelmo Aquino e Aderlania Noronha. Já Genecias Noronha e Marcão disputam a vaga de deputado federal.
O deputado Fernando Hugo, quando das discussões internas da sigla para a escolha de qual candidatura o partido apoiaria, foi voto vencido, chegando a protestar contra o apoio dado até então a Camilo Santana. No entanto, algumas semanas depois do protesto de Hugo na tribuna da Assembleia Legislativa, a sigla passou a seguir os passos de Eunício Oliveira.
Logo em seguida, o parlamentar disse que, apesar de o partido ainda fazer parte da coligação que apoia a candidatura de Santana, nenhum compromisso deixou de ser tratado junto aos governistas.
"A ida do Solidariedade para abraçar a campanha de Eunício e Tasso foi minuciosamente trabalhada, mesmo mantendo a coligação majoritária com a candidatura do Camilo, e não furou com nenhum dos compromissos assumidos, porque o furo se deu com a indicação feita pelo governador Cid, que não era a esperada por nós", disse ele.